Coimbra
Coimbra reconhece República dos Galifões como entidade de interesse histórico
O município de Coimbra reconheceu hoje, por unanimidade, a Associação República dos Galifões como entidade de interesse histórico, cultural e social, salientando a relevância histórica dos seus elementos nas crises académicas de 1962 e 1969.
Na sua fundamentação, a Câmara destaca também “o seu envolvimento na vida cultural e festiva dos estudantes da Universidade de Coimbra, pela participação nas festas académicas e organização de eventos socioculturais, que vão desde a confraternização de antigos e atuais repúblicos à organização de iniciativas de divulgação da Canção de Coimbra”.
“Na crise de 1962, Francisco Leal Paiva, repúblico dos Galifões, era presidente da Direção Geral da Associação Académica de Coimbra e acabou expulso de todas as escolas nacionais por um período de dois anos, devido à realização do I Encontro Nacional de Estudantes”, refere uma nota dos serviços técnicos municipais.
De acordo com o município, “há ainda elementos, cartas e relatórios da PIDE que atestam a prisão de Galifões nesses anos, que vão de 62 a 69, existindo ainda, alusivo a este período, um mural pintado numa das paredes da casa que faz referência ao Dia do Estudante, comemorado em 1962”.
A autarquia destaca ainda a valorização que a república, fundada em 1947, prestou “à sua identidade, traduzida na adoção e manutenção de uma bandeira, um hino e um logótipo próprio, e a forma como as sucessivas gerações tornaram a sua sede num espaço de liberdade e confraternização, com a realização, entre outros eventos, dos anuais Centenários”.
“Considera-se, ainda, que a República dos Galifões é “um espaço baluarte de preservação da memória da vivência académica nos anos de mais intensa contestação política, fruto de forte convívio e solidariedade dentro da comunidade académica”, constituindo, assim, um inegável património imaterial da história académica de Coimbra do século XX”, lê-se na informação.
Na fundamentação da proposta, é ainda realçado o esforço da República dos Galifões na manutenção e preservação do seu património material, nomeadamente no que respeita às pinturas murais interiores e ao seu espólio documental.
Desde março de 2018, altura em que iniciou os processos de reconhecimento e proteção de estabelecimentos e entidades de interesse histórico e cultural ou social local, a Câmara de Coimbra já reconheceu 15 repúblicas de estudantes e duas “Loja com História”.
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