Coimbra
Coimbra reconhece interesse histórico e cultural ao Café Santa Cruz
A Câmara Municipal de Coimbra aprovou hoje o reconhecimento do Café Santa Cruz, instalado há quase 100 anos na antiga Igreja de São João de Santa Cruz, como entidade de interesse histórico e cultural.
A decisão foi tomada por unanimidade na reunião do executivo municipal de Coimbra, que decorreu durante a tarde de hoje.
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O executivo municipal já tinha aprovado, na sua reunião de 10 de janeiro, a intenção de candidatura, que foi submetida a um período de consulta pública que terminou sem que desse entrada, nos serviços municipais, qualquer participação.
De acordo com a Câmara Municipal de Coimbra, o espaço do Café Santa Cruz, situado na Praça 8 de Maio, na Baixa de Coimbra, remonta a 1896, altura em que “já seria um estabelecimento comercial: mercearia ou café.
“Com a extinção das Ordens Religiosas em 1834, a Igreja de São João de Santa Cruz é dessacralizada e este espaço assume as mais diversas funções comerciais: uma taberna, um armazém de ferragens e de canalizações, uma esquadra da polícia, uma casa funerária, uma estação (quartel) de bombeiros, uma estação de correios e uma casa de habitação”, referiu.
Desde a sua abertura, este espaço de café-restaurante “estava vocacionado para tertúlias, o que faz com que se torne um local da cidade atrativo para se abordar e discutir várias questões sociais, culturais, desportivas, económicas e políticas”.
Era por isso mesmo “um local de romagem obrigatória para as figuras mais destacadas da governação local e nacional”.
Atualmente, o Café Santa Cruz é sede e ponto dinamizador da Associação Portuguesa dos Café com História, que a partir de 2015 inclui toda a gestão da Rota dos Cafés com História de Portugal.
“Dentro do setor dos Cafés Históricos será certamente dos últimos e o mais genuíno de Coimbra e Portugal”, apontou a autarquia de Coimbra, que evidenciou ainda o seu papel na “preservação da memória do serviço de restauração”, designadamente os “crúzios”, vencedores de diversas medalhas de ouro no concurso de doçaria tradicional promovido pelo CNEMA.
Durante a reunião foi também aprovada, por unanimidade, a proposta de reconhecimento da Ourivesaria Costa como entidade de interesse histórico e cultural.
Instalada na rua Ferreira Borges, em plena Baixa da cidade de Coimbra, a Ourivesaria Costa “foi fundada em 1936 e encontra-se em atividade, ininterrupta, tendo como objetivo o comércio de ouro, prata e relógio”.
“Reconhecida pelos seus anéis de curso, a Ourivesaria Costa forneceu gerações de pessoas licenciadas e doutoradas com anéis e pastas de luxo”, informaram os serviços municipais, que acrescentaram ainda que se trata da ourivesaria mais antiga da cidade de Coimbra, “proprietária de objetos artísticos exclusivos, como a matriz de um Cristo em pau preto e prata”.
Esta proposta será agora submetida a um período de consulta pública de 20 dias.
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