O projeto Manif, que propõe a criação artística e fruição da cultura em edifícios públicos da Justiça, arranca na quinta-feira com uma exposição no Tribunal da Pampilhosa da Serra e chega em maio ao Palácio da Justiça de Coimbra.
Em declarações à agência Lusa, a diretora artística do projeto, Filipa Morgado, explicou que este projeto tem como grande ideia contribuir para a democratização do acesso às artes num território alargado.
“Propõe a criação artística e a fruição da cultura dentro dos tribunais, palácios da justiça ou juízos de proximidade”, acrescentou.
O arranque do projeto Manif está agendado para a tarde de quinta-feira, com a inauguração da exposição coletiva “Um quotidiano aqui destituído”, no Juízo de Proximidade da Pampilhosa da Serra, no distrito e comarca de Coimbra.
“A exposição, com obras que fazem parte do acervo de arte contemporânea do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, de artistas como Catarina Baleiras, Jorge das Neves e Novo Grupo de Escultura, estará patente na sala de audiências”, indicou.
A mostra é de entrada gratuita e pode ser visitada até ao dia 09 de maio, das 09:00 às 16:00, de segunda a sexta-feira.
De acordo com Filipa Morgado, a exposição é também o ponto de partida para um ciclo de residências artísticas em escolas do agrupamento da Pampilhosa da Serra.
O projeto chegará também à cidade de Coimbra, mais concretamente à sala grande de audiências do Palácio da Justiça, onde estará patente uma obra de Pedro Vaz, a partir de dia 23 de maio.
À Lusa, disse ainda que gostaria que o projeto chegasse a Lisboa, Porto, Guimarães e Évora, cidades onde estão instalados Tribunais da Relação.
“É interessante começarmos pelas cidades onde há Tribunal da Relação. Este é um projeto que pretendemos desenvolver a nível nacional”, assegurou.
O projeto Manif nasceu de “um processo de escuta ativa, olhar e pensamento atento, crítico e construtivo sobre o Lugar da Justiça no território, e na urgência demonstrada pelo seu corpo interno de profissionais”.
“Começou a ser pensado na altura da covid 19, com um desafio lançado pelo juiz presidente da Comarca de Coimbra, Carlos Oliveira, quando ainda era juiz presidente da Comarca de Leiria, em tecer novas pontes de encontro transversais a outras áreas do conhecimento e reforçar alicerces no diálogo com toda a sociedade”.
Para o juiz presidente da Comarca de Coimbra, Carlos Oliveira, a justiça é um pilar essencial do Estado e da sociedade.
“Os tribunais devem ser edifícios abertos aos cidadãos, por estarem ao seu serviço. A abertura dos tribunais à cultura e às manifestações artísticas é uma via privilegiada de aproximação entre a justiça e os cidadãos”, considerou.
Já o nome do projeto – Manif – surge, segundo Filipa Morgado, de dois significados da palavra manifestação: a demonstração pública de sentimentos ou ideias de um conjunto de pessoas reunidas e, no campo do património imaterial, o objeto cultural e tradicional, de qualquer natureza, que é transmitido de geração em geração”.
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