A Câmara de Coimbra apresentou hoje o “Plano Marshall” para a Baixa da cidade, um documento estratégico com 137 medidas, a grande maioria das quais já em curso, em áreas como a habitação, economia, mobilidade ou cultura.
O município apresentou hoje a Estratégia de Revitalização do Centro Histórico, um documento que se estende até 2029 e que apresenta 137 medidas, a grande maioria das quais em curso ou já realizadas (63%), contando com 51 ações planeadas, algumas delas também já anunciadas no passado pelo executivo liderado pela coligação Juntos Somos Coimbra (PSD, CDS-PP, Nós, Cidadãos!, PPM, Aliança, RiR e Volt).
O documento aponta para pilares como a habitação, a economia, a cultura e turismo e o património, que dialogam com vários eixos (identidade, segurança, mobilidade, sustentabilidade e inovação).
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A estratégia, também intitulada de “Plano Marshall” para a Baixa, tem como metas instalar pelo menos uma loja âncora naquela zona da cidade, aumentar em pelo menos 25% a taxa de ocupação de espaços comerciais, aumentar em 25% a receita do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) relativo a prédios devolutos, aumentar em 20% o fluxo turístico e refuncionalizar colégios da Rua da Sofia para outros fins, entre outras.
Entre as metas, está também a duplicação dos fluxos pedonais na Baixa, reduzir em 30% o acesso automóvel e em 50% o estacionamento ilegal, ao mesmo tempo que se propõe a aumentar os fluxos até à Baixa por transporte público.
Entre as medidas planeadas, está um programa de incentivo à reabilitação na Baixa, a criação de ilhas verdes, desafiar o Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra a apresentar projetos para espaços públicos, criar um guião bilingue para o investidor e estabelecer ruas temáticas relacionadas com determinados setores.
Segundo o presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, o plano tem vindo “a ser aplicado desde 2022”, mas o executivo decidiu agora apresentá-lo à cidade, considerando-o um documento aberto, “ávido de receber críticas construtivas”.
Para o autarca, há uma tendência na cidade para se olhar para a Baixa de “há 40 ou 50 anos”, para “essa Baixa não volta mais”.
José Manuel Silva considerou que as ações implementadas pelo atual executivo ao longo do mandato já permitiram uma maior dinamização daquela zona e disse esperar que, ao fim de oito anos, a dinâmica possa “alimentar-se a ela própria e convocar mais parceiros e investimento para depois crescer por si mesma”.
Numa conferência de imprensa em que estiveram presentes todos os vereadores com pelouros (com exceção do vereador eleito pela CDU, Francisco Queirós), foram sendo elencadas medidas, como o reforço das câmaras de videovigilância, o projeto de uma residência de estudantes ou o impacto que o plano de pormenor da futura estação intermodal terá no aproveitamento da zona ribeirinha.
A compra da Casa Medieval, na rua Sargento Mor, a instalação de mobiliário urbano inteligente, políticas de combate ao isolamento das pessoas mais idosas e a instalação de multinacionais para a Baixa foram outras das medidas apontadas pelo executivo.
Durante a conferência de imprensa, José Manuel Silva vincou que a Baixa tem cerca de 800 lojas em funcionamento, numa zona onde, garantiu, não falta estacionamento.
De acordo com o presidente da Câmara, quando o Sistema de Mobilidade do Mondego entrar em funcionamento será possível pensar em retirar espaço ao carro na Baixa.
José Manuel Silva considerou que “a cultura do veículo individual não é sustentável para a cidade”, sendo necessário apostar em transporte público e mobilidade suave.
Na apresentação da estratégia, vários elementos do executivo lamentaram também os preços praticados no imobiliário da Baixa da cidade, assim como os muitos proprietários associados a um único imóvel, características que dificultaram questões como a instalação de lojas âncora ou a criação de mais habitação de arrendamento acessível.
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