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Coimbra: Ordem dos Médicos critica descoordenação entre hospitais na região Centro

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 30-10-2020

A Ordem dos Médicos do Centro criticou hoje a “franca descoordenação que existe” entre todos os hospitais na região, defendendo uma resposta integrada e em rede para uma melhor resposta à pandemia da covid-19.

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“Há uma impreparação das medidas que já deviam ter sido adotadas e concretizadas, nomeadamente a franca descoordenação que existe entre todos os hospitais, em que parece que temos vários comboios e que cada comboio anda à sua velocidade. Aquilo que necessitamos é de uma resposta integrada que não existe”, afirmou o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes.

O responsável falava aos jornalistas após uma reunião que a Ordem dos Médicos do Centro, o Sindicato Independente dos Médicos e o Sindicato dos Médicos da Zona Centro solicitaram à Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC).

Para Carlos Cortes, não existe neste momento uma resposta integrada “porque os hospitais têm dificuldade em ligação em rede”, sendo que, neste momento de pandemia, era necessária “uma voz de comando e a ministra da Saúde não é essa voz de comando”.

Para além disso, o presidente da Ordem dos Médicos do Centro apontou para problemas como a ineficiência do encaminhamento a partir da linha SNS 24 e a desadequação e obsolescência de programas informáticos utilizados para lidar com a pandemia.

Carlos Cortes reafirmou ainda a necessidade de a tutela nomear os conselhos de administração das unidades locais de saúde (ULS) da Guarda e de Castelo Branco.

“O conselho de administração de Castelo Branco está amputado de dois membros [de um total de cinco] e está há dez meses para ser nomeada. Não se consegue trabalhar de forma eficiente assim”, frisou.

Já Noel Carrilho, do Sindicato dos Médicos da Zona Centro, considerou que a ARSC continua com a “ilusão da capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde” ao negar que haja atrasos nas consultas nos centros de saúde.

“Os médicos de família nunca tiveram tanto volume de trabalho como agora. […] Não consigo perceber esta ilusão criada dentro do ministro e das ARS que com os mesmos recursos é possível dar assistência a doentes covid e não covid”, alertou.

O secretário regional do Centro do Sindicato Independente dos Médicos, José Carlos Almeida, corroborou Carlos cortes, referindo que há “uma total descoordenação na assistência inter-hospitalar”.

Para o delegado sindical, a falta de recursos humanos também o preocupa, considerando que cada vez mais utentes “se queixam que têm consultas adiadas e menos acesso à saúde”, o que poderá levar a um aumento da violência contra os profissionais de saúde, face à “falsa perceção da população de que os médicos de família estão nos centros de saúde e não estão a trabalhar”.

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