Cidade
Coimbra “não tem rumo estratégico” no Turismo acusa vereador independente que propõe criar a marca Baixa de Coimbra
O vereador do grupo independente Somos Coimbra acusou o município de não ter um “rumo estratégico” no Turismo e propôs “desenvolver a marca Baixa de Coimbra, virada para o turista nacional e para os habitantes de Coimbra, mas também para os estrangeiros e operadores turísticos.”
“A Baixa não pode caminhar sozinha”, disse durante a reunião do executivo da Câmara Municipal de Coimbra, instando a Câmara a “investir em mais segurança, mais higiene, mais limpeza e mais acessibilidade” para a Baixa da cidade.
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“Esta falta de sentido estratégico explica porque o concelho de Coimbra, na produção de bens para exportação, incluindo o turismo, está em 65.º lugar nacional, com somente 176 milhões de euros, atrás de concelhos como Beja, Pombal, Lousada, Esposende, Covilhã, etc.” afirmou José Manuel Silva.
“Ainda segundo a base de dados da PORDATA, relativamente à estada média nos alojamentos turísticos em 2018, considerando os turistas nacionais e estrangeiros, com 1,5 noites de média, Coimbra está classificada no 239.º lugar nacional” revelou, concluindo que “era difícil estar pior”. Considerou que “estes indicadores demonstram inquestionavelmente, que é preciso fazer muito mais em Coimbra, da responsabilidade da Câmara Municipal”.
O vereador independente referia-se às conclusões da recém-realizada tertúlia sobre turismo que o próprio grupo promoveu e que teve a participação de Assunção Ataíde, Pedro Machado e Luís Simões da Silva.
“Pedro Machado [presidente da Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal] trouxe-nos boas notícias: a marca Coimbra não sai atingida, pois o produto turístico não é afectado pela pandemia, o que permite perspetivar uma rápida recuperação pós pandemia” – afirmou José Manuel Silva.
O vereador, que é médico de profissão, alertou para a necessidade de “transmitir a sensação de segurança e sustentabilidade sanitária aos potenciais turistas” e entendeu ser “necessário comunicar intensamente” assim como “fundamental diversificar circuitos por outros pontos de interesse”. “Não basta fazer um pequeno filme promocional de vez em quando”- pontuou.
Vamos ter de contar com o mercado nacional e algum turismo espanhol durante cerca de um ano e o mercado interno vai ser muito competitivo a disputar os turistas nacionais.
Disse ainda que é necessário “fomentar o turismo espiritual e religioso e questionou Manuel Machado acerca da aquisição do edifício com o mikveh judaico”, descoberto em 2013 e situado na Rua Visconde da Luz.
“Ficámos expectantes na apresentação novos produtos turísticos, nomeadamente no conceito de Coimbra bynight, que o Turismo de Coimbra deveria acarinhar e trabalhar de forma regular, naturalmente numa perspetiva mais turística, onde também se pode incluir saudavelmente a boémia académica” considerou.
“Os fãs da nossa Baixa são os estrangeiros, – afirmou José Manuel Silva – pelo que é urgente atrair as pessoas de Coimbra à Baixa e dar-lhes motivos para voltarem a acreditar e fruir do seu centro urbano”.
O vereador sublinhou que a “Baixa está desabitada e os seus habitantes atuais não encantam as pessoas que a visitam” e acrescentou que “não é um pequeno museu de arte contemporânea, instalado naquele que já é o principal circuito turístico da cidade, que vai mudar esta realidade”.
O Somos Coimbra considera que o montante previsto nas GOP para a Dinamização e Promoção do Turismo é “insuficiente para o momento presente” e propôs na sessão do executivo que a CMC “considere reforçar esta verba” porque o Turismo é essencial para a recuperação económica do concelho de Coimbra”.
Na resposta à oposição independente, Carina Gomes, do PS, acusou José Manuel Silva de dizer que “tudo é pequeno”, referindo-se ao adjetivo que o médico utilizou para caraterizar o Museu de Arte Contemporânea e o filme promocional mais recente. A vereadora da Cultura disse que o município tem uma equipa de pessoas que estudaram e que já dedicaram muitas horas ao Turismo.
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