No dia 3 de maio, pelas 15:00, as pessoas com deficiência saem à rua com concentrações e marchas por todo o país. Em Coimbra, há Marcha pela segunda vez.
O Dia Europeu da Vida Independente assinala-se, em toda a Europa, no dia 5 de maio. Portugal fará as celebrações no sábado anterior, dia 3, a partir das 15:00, em vários pontos do país. Pretende-se celebrar a deficiência como expressão da diversidade humana e o orgulho pela comunidade, mas também, e acima de tudo, reivindicar os direitos que ainda estão por garantir.
Este ano, a COMVI – Comissão Organizadora da Marcha pela Vida Independente, que integra 26 organizações e coletivos da área da deficiência e dos diversos movimentos sociais, convoca marchas e concentrações a acontecer pelo país fora.
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“As nossas identidades múltiplas são constantemente apagadas, ignoradas e negligenciadas. Enfrentamos desafios únicos e interligados com outras formas de discriminação, que somam opressões e estigma. Somos pessoas com deficiência, sim, mas somos muito mais além disso: somos diversas, plurais e queremos ser reconhecidas como tal!”, afirma o manifesto da COMVI.
O manifesto da Marcha pela Vida Independente 2025 reivindica “o cumprimento dos Pilares da Vida Independente — as bases para garantir que todas as pessoas com deficiências, visíveis ou invisíveis, possam viver com dignidade e liberdade. É hora de transformar palavras em ação!”.
“O sonho comanda a vida, mas nós não queremos só sonhar, queremos viver. E porque a vida também se faz de alegria e festa. (…) Queremos poder criar laços, sonhar, ambicionar e ter uma vida cheia!”, defende a COMVI.
Dinamizada pela primeira vez em Portugal em 2018, a Marcha pela Vida Independente leva as pessoas com deficiência a tornar visível a sua realidade, os seus corpos e a sua luta. Nesta 8ª edição, as concentrações iniciam-se todas mesma hora,15 horas.
Em Coimbra, o ponto de encontro é no Largo da Portagem e termina na Praça 8 de Maio. A nível regional, Coimbra reivindica o acesso ao Ensino Superior e a toda a experiência da vida académica, não só a espaços formais das instituições de ensino, como espaços não formais de socialização, convívio e festa (p. ex. repúblicas, residências, bibliotecas, espaços noturnos, celebrações académicas, etc.).
“Durante demasiado tempo, as pessoas com deficiência têm sido marginalizadas e discriminadas, enfrentando barreiras que limitam as suas oportunidades e autonomia, excluídas da sociedade, encerradas em instituições muitas vezes segregadoras.”, explica a organização. Esta é uma das principais reivindicações da COMVI – Comissão Organizadora da Marcha pela Vida Independente.
“No Dia 3 de Maio, assinalando o Dia Europeu da Vida Independente, convocamos todas as pessoas com deficiência, familiares, amigas e aliadas para se juntarem a nós numa grande marcha pela dignidade, liberdade e igualdade. A vida independente é um direito humano essencial — não um privilégio.!”, pode ler-se no manifesto.
Segundo a filosofia de vida independente, as pessoas com deficiência podem (e devem) ter controlo sobre a sua própria vida, tomar decisões acerca do seu quotidiano e estabelecer objetivos para si e para o seu futuro. A liberdade individual, a autodeterminação e a dignidade humana representam valores basilares deste modelo e constituem direitos fundamentais da condição de ser humano e, portanto, de pessoa com deficiência.
Defende o cumprimento dos seguintes princípios e valores: o acesso à educação e ao emprego; a utilização de transportes públicos e do espaço público; o direito a cuidados de saúde; o cumprimento de direitos sexuais e reprodutivos e a vivência plena da sexualidade; o acesso à informação e comunicação; a disponibilização de produtos de apoio e equipamentos; a garantia de um rendimento adequado e de
apoios sociais dignos; a existência de habitação acessível; o acesso a serviços de assistência pessoal, complementados por um plano de desinstitucionalização coordenado e gradual; o apoio interpares para promover o empoderamento e a construção de uma identidade coletiva; o direito à auto representação; a expressão livre da própria identidade.
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