Empreendedorismo

Coimbra iParque da polémica!

António Alves | 1 ano atrás em 18-09-2023

O executivo municipal aprovou por maioria esta segunda-feira, 18 de setembro, os novos estatutos e contrato-programa que o Coimbra iParque irá assinar com a autarquia. A proposta contou com a abstenção do eleito da CDU, Francisco Queirós, e o voto contra da bancada socialista (Regina Bento, José Dias, Hernâni Caniço e Rosa Cruz). O assunto motivou mesmo uma acesa discussão sobre a gestão da empresa nos últimos anos entre o presidente José Manuel Silva e a vereadora da oposição Regina Bento.

A proposta para os dois documentos foi apresentada pelo presidente do Conselho de Administração, Ricardo Lopes. O objetivo, de acordo com o responsável é que o Coimbra iParque deixe de ser o que é agora: “uma mera agência imobiliária de lotes industriais que vende abaixo do valor patrimonial”.

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Para inverter a situação, e dessa forma ser um dos polos de criação de valor económico no concelho, a administração propõe-se assumir responsabilidades como a criação de condomínios de parques empresariais, realização de estudos e projetos necessários à gestão do domínio público municipal, incluindo espaços verdes.

Sobre o contrato-programa que irá ser assinado com a autarquia, a primeira fase prevê a criação de instrumentos e ferramentas de apoio às empresas do concelho. Depois, passará pela captação proativa de investimento. Para cumprir estes objetivos, o município compromete-se a transferir uma verba de 350 mil euros anuais para a Coimbra iParque.

Todo este trabalho será feito em parceria com o Departamento de Desenvolvimento Económico, Empreendedorismo, Competitividade e Investimento do Município de Coimbra, como explicou ao Notícias de Coimbra o vereador com o pelouro do Empreendedorismo, Investimento e Emprego Miguel Fonseca.

“Hoje foi um dado um 1º passo para um iParque 4.0 ou 5.0, de forma a ser um agente ativo na dinamização do ecossistema empresarial local, pois é importante continuar a apoiar as nossas empresas, mas também é fundamental criar condições para acolher novas empresas com valor acrescentado”, disse.

Veja o Direto Notícias de Coimbra com Miguel Fonseca

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A proposta mereceu a discordância da bancada socialista, principalmente de Regina Bento. A antiga vereadora com o pelouro das finanças reconheceu que “a alteração preconizada alarga de tal forma o objeto social que desvirtua o carácter de parque de ciência e tecnologia que esteve na origem da criação da sociedade e que justifica o tipo de acionistas que tem”.

Por outro lado, considera que a proposta apresentada, apesar de não ter sido discutida com os partidos da oposição, leva a que a sociedade se substitui “aos serviços da Câmara, assumindo as competências que estão atribuídas ao recém-criado Departamento de Desenvolvimento Económico, Empreendedorismo, Competitividade e Investimento”. 

“Não se compreendendo a manutenção das duas estruturas, duplicando funções e custos, seria, pois, expectável que, concomitantemente ao projeto de alteração dos Estatutos da Iparque, fosse proposta a extinção do referido Departamento e afetação dos respetivos trabalhadores à sociedade através do mecanismo da cedência de interesse público”, afirmou.

Veja o Direto Notícias de Coimbra com Regina Bento

 

Foram estas declarações que suscitaram o descontentamento de José Manuel Silva. O presidente da câmara disse que esta proposta pretende transformar a empresa “condenada à pouca atividade e quase falência numa empresa capacitada para o cumprimento efetivo da sua missão e para se tornar num dos motores de desenvolvimento do concelho e da região”.

“Mesmo vindo este processo na sequência de uma proposta apresentada pelo anterior Conselho de Administração, e que os senhores tinham conhecimento, a verdade é que querem adiar, pôr o pé no travão, o pau na roda, atrasar as decisões e atirar para as calendas gregas para Coimbra se manter na situação que se mantém”, afirmou.

As propostas serão agora levadas à reunião da Assembleia Municipal, com a vereadora socialista a prever que elas não irão passar neste órgão municipal. “Se correr mal, corre mal; cada um assume as suas responsabilidades”, frisou o autarca.

Recorde-se que a Coimbra iParque anunciou na passada semana que os 18 lotes da primeira fase do parque tecnológico Coimbra iParque ficaram completamente ocupados após a assinatura da escritura para aquisição do lote remanescente por parte de uma empresa especializada em tratamento de águas residuais.

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