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Coimbra evoca luta de Miguel Torga pela liberdade
A Casa-Museu Miguel Torga, em Coimbra, irá evocar a luta do escritor pela liberdade, com uma exposição de documentos pessoais e processos existentes na PIDE, entre outros, integrada na comemoração municipal dos 50 anos do 25 de Abril.
Em nota de imprensa enviada hoje a agência Lusa, o município de Coimbra informou que a mostra – intitulada “Não há pensamento onde não há liberdade” – será inaugurada na sexta-feira, às 18:00, naquela que foi a moradia familiar do escritor e estará patente até 30 de abril de 2025.
“É uma evocação do escritor e da sua dimensão enquanto lutador pela liberdade, com referência ao seu posicionamento no conturbado período pós 25 de Abril”, sustenta, no comunicado, a autarquia.
Entre os objetos expostos estarão documentos pessoais, cartas e manuscritos (como o do poema “Ariane”) que escreveu durante a sua prisão no Aljube – a antiga cadeia destinada a presos políticos, localizada em Lisboa, onde esteve três meses, entre dezembro de 1939 e fevereiro de 1940) – recortes de imprensa ou discursos políticos.
Miguel Torga, o escritor e médico nascido no distrito de Vila Real e que morreu em Coimbra em 1995, aos 87 anos, foi prémio Camões em 1989 e “teve a sua vida devassada pelo regime [do Estado Novo] onde se incluíam as suas viagens, os encontros com amigos, assim como os rendimentos usufruídos enquanto médico”.
“Desafiou o sistema político ao oferecer um dos seus livros a Salazar e nunca se vinculou a regras, optando por ser o editor dos seus próprios livros, numa cumplicidade com a Coimbra Editora”, adianta a nota.
A abertura da exposição contará com a presença do escritor Bruno Paixão, que vai falar sobre alguns pressupostos identitários de Torga, entre os quais a liberdade.
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