A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), através do Gabinete de Ética e Deontologia, efetuou um questionário junto dos médicos da região no sentido de conhecer a sua perceção relativamente à vacina contra a COVID-19, de modo a saber quais os receios e que recomendações fizeram aos seus utentes em relação à vacinação. Das 740 respostas validadas, 62% são mulheres e 38% são homens.
O questionário, que recebeu o parecer favorável da Comissão de Ética da Administração Regional de Saúde do Centro, foi levado a cabo durante o mês de março e abril e revela, desde logo, que 31% dos médicos participantes teve infeção por SARS-CoV-2 e, destes, a maioria teve a doença após a vacinação (mais de 50 por cento com doença ligeira ou assintomática).
Do total das respostas, a esmagadora maioria dos médicos foi vacinada (722 médicos) e recomendou a vacinação (727 médicos). De acordo com os dados recolhidos, 84% dos médicos participantes neste inquérito revelaram que todos os seus familiares foram vacinados.
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“É de realçar a atitude cívica, o empenho e a dedicação dos médicos durante toda esta pandemia e foi especialmente notório no processo de vacinação. Para além do seu papel na prestação de cuidados de saúde, estiveram empenhados na divulgação das recomendações da Direção Geral da Saúde e da melhor evidência científica. Partilharam informações, conselhos e orientações, tendo em conta a evolução da pandemia”, destaca o presidente da SRCOM.
Para Carlos Cortes, “o contributo dos médicos no combate à COVID-19 foi e é inexcedível. Porém, assume o presidente da SRCOM: “Lamentamos que este enorme contributo – em que estiveram os médicos hospitalares, os médicos de família, os médicos de saúde pública e todos os médicos envolvidos nas respostas nas instituições de saúde – não tenha sido reconhecido pela tutela.”.
O tema do questionário – “E os médicos, o que acham da vacinação COVID-19?” – será objeto de uma videoconferência a levar a cabo, amanhã, quinta-feira (dia 28 de abril), pelas 21h00.
Com predominância de respostas de médicos com mais de 20 anos de funções médicas e médicos a exercer no Serviço Nacional de Saúde, os resultados mostram menos consenso quanto à vacinação pediátrica: 11% dos médicos não considera necessário/fundamental vacinar as crianças/adolescentes com menos de 18 anos, sendo a idade de vacinação não consensual.
Os resultados do inquérito revelam ainda que 93% concordam com a administração da terceira dose da vacina contra a COVID-19 a profissionais de saúde. Contudo, a obrigatoriedade da vacinação não é consensual. O inquérito indicou também que 60 % dos médicos considera que seria mais importante vacinar primeiramente outros países onde a vacinação ainda não abrange a maioria da população, do que dar a terceira dose em Portugal.
Estes e outros temas relacionados com a vacinação contra a COVID-19 estarão em debate, amanhã, numa sessão exclusivamente online, com moderação de Margarida Silvestre (Doutorada em Bioética, Professora de Ética Médica na FMUC e Coordenadora do Gabinete de Ética e Deontologia da SRCOM).
Serão intervenientes: Carlos Cortes (Presidente da SRCOM), Rita Marques (Médica Interna de Formação Específica em Medicina Geral e Familiar e membro do Gabinete de Ética e Deontologia SRCOM); Manuel João Brito (Especialista em Oncologia Pediátrica, Membro do Grupo Português de Leucemias Pediátricas e membro do Gabinete de Ética e Deontologia da SRCOM).
Eis os links:
ZOOM: https://us02web.zoom.us/j/87012652904
FACEBOOK: https://www.facebook.com/seccaocentroordemmedicos
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