Coimbra

Coimbra Editora: Até a Universidade votou a favor da falência!

Notícias de Coimbra | 9 anos atrás em 19-11-2015

Editora fundada por Salazar tem os dias contados.  Notícias de Coimbra apurou que acaba de ser declarada a insolvência da Coimbra Editora.

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O Administrador Judicial Manuel Casimiro Duarte Bacalhau já comunicou essa decisão ao Juiz Mendes João Ferreira, da Seccão do Comércio do Tribunal de Coimbra, situada em Montemor-o-Velho, pelo que apenas falta colocar um ponto para o final da mítica livreira especializada na edição de autores da velha escola de Direito de Coimbra.

78,54% dos credores não acreditaram nos plano proposto pela Coimbra Editora. Até a Universidade de Coimbra votou contra!

O representante legal da empresa já admitiu nos autos que não tendo sido aprovado o Plano Especial de Revitalização,  só concluir que é “incontornável a declaração de insolvência” da Coimbra Editora.

A Coimbra Editora aderiu ao Plano Especial de Revitalização com o intuito de reescalonar a sua pesada divida a fim de evitar o incumprimento imediato das suas obrigações, objectivo que não foi alcançado, pelo que o juiz declarou encerrado o processo negocial.

Embora não queiram dar a cara, trabalhadores da Coimbra Editora desconfiam de todo o processo e reclamam o pagamento de vários meses de salário, o que os levou, pela primeira vez na vida da empresa, a cumprir um dia de greve.

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Notícias de Coimbra sabe que os credores, cerca de 400, reclamam o pagamento de cerca de 8 milhões de Euros. A maioria são fornecedores, financiadores, trabalhadores, prestadores de serviços e titulares de direitos de autor.

Quase metade deste valor pertence grupo GCD, que tem (tinha) direito a receber mais de 3 milhões.O Millenium BCP tem direito a um milhão e meio. Garval, Lisgarante e Norgarante têm créditos próximos de 1 milhão. A divida à Segurança Social é de 460 ooo Euros.

A Coimbra Editora S.A., segundo o tribunal, está sediada na Ferreira Borges, mas  no registo da  Conservatória tem sede na “Avenida do Arnado”  e terá actualmente 6 lojas espalhadas por Coimbra, Lisboa e Porto.

A administração da Coimbra Editora S.A. está a cargo, pelos menos desde agosto de 2011,  de João Carlos de Oliveira Salgado e José de Barros Queiroz da Ponte, tendo nos últimos anos mudado de accionistas, desconhecendo-se quem são os verdadeiros donos da empresa.

Recorde-se que, no âmbito do escândalo dos Vistos Gold, João Salgado foi constituído arguido, sendo acusado  de ser o  autor material de 1 crime de Recebimento Indevido de Vantagem.

António Figueiredo, considerado o pivot de toda a operação, chegou a acordar com Salgado a entrada no capital social da Coimbra Editora S.A.

O grupo da Coimbra Editora chegou a formalizar um acordo com o Grupo Leya que prometia dinamizar a comercialização de livros em cerca de duas dezenas de lojas.

A Coimbra Editora foi fundada em 7 de Agosto de 1920 por Guilherme Moreira, Oliveira Salazar, Alberto dos Reis, Paulo Mereia, Elísio de Moura, Magalhães Colaço, Manuel Rodrigues Francisco França e Arménio Amado.

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