O nome de António Jorge Machado, conhecido como ‘Tó Jó’, ficou marcado na história criminal de Portugal após o brutal duplo homicídio dos pais, em 1999, no último eclipse do milénio.
O jovem de 23 anos matou o pai, o médico Jorge Machado Santos, com 33 facadas, e a mãe, Maria Fernanda, com mais de 20 golpes. O crime, de enorme violência, deixou uma marca indelével em Ílhavo e chocou o país.
Agora, passados 26 anos, ‘Tó Jó’ já está em liberdade. O Tribunal de Execução de Penas de Coimbra decidiu que podia sair da prisão em liberdade condicional. Saiu definitivamente em agosto de 2024, e terá ido viver com uma tia em Coimbra.
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Na época do crime, ‘Tó Jó’ foi considerado imputável, embora uma perícia tenha alertado para o risco de que o jovem pudesse voltar a cometer homicídios. No entanto, a justiça nunca conseguiu esclarecer completamente as circunstâncias do crime, nomeadamente a possível co-autoria da ex-mulher de Tó Jó, Sara Matos, e de um amigo do casal, Nuno Lima. Apesar de ambos terem sido detidos, apenas António Jorge foi condenado pelo duplo homicídio.
Ao longo dos anos, a história de Tó Jó não deixou de gerar controvérsia. A motivação para o crime foi inicialmente associada a alegados “ideais satânicos” e ao ambiente de morte e rebeldia que caracterizava a banda de death metal da qual fazia parte com a ex-mulher, Sara. Após o homicídio, a formação musical de ‘Agonizing Terror’ acabou por ser desfeita, e a ex-mulher seguiu em frente, abandonando o estilo de vida e a música que ambos praticavam.
Dezasseis anos após o divórcio, Tó Jó reitera que não pretende procurar Sara, reafirmando que ela faz parte do passado. Terá terminado o curso de Marketing e Negócios Internacionais no Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra (ISCAC), onde demonstrou um desempenho académico surpreendente, considerando as condições difíceis em que começou a sua formação.
Tó Jó reflete sobre o seu passado, mas o advogado que o representa garante que ele pretende recomeçar a sua vida com a maior normalidade possível. Embora tenha admitido o crime, Tó Jó nunca esqueceu o impacto que teve na sua vida e na de quem o rodeia.
A história de ‘Tó Jó’ continua a ser um dos casos mais impactantes e enigmáticos da história criminal recente de Portugal.
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