Coimbra vai celebrar a dança em abril com um programa diversificado e inclusivo, que atravessa diferentes estilos, linguagens e conceitos, mas que deixa de fora o Teatrão e Escola da Noite, informou hoje a organização.
“A iniciativa conjunta da Câmara Municipal e da Universidade de Coimbra vai percorrer os espaços do Convento São Francisco e do Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV) com espetáculos, oficinas, seminários e performances, que colocam o movimento no centro da expressão artística”, destacou a Câmara de Coimbra em comunicado.
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O festival ‘Abril Dança Coimbra’ vai decorrer de 01 a 30 de abril.
Contactada pela agência Lusa, a diretora artística do Teatrão, Isabel Craveiro, indicou que “este ano não estão reunidas as condições para a participação do Teatrão”.
Já Pedro Rodrigues, da Escola da Noite, confirmou apenas que, este ano, não são coorganizadores do evento.
Por sua vez, a Câmara Municipal de Coimbra esclareceu que o futuro deste festival está a ser repensado, “nomeadamente quanto à possibilidade de ter um curador ou uma direção artística”, bem como de poder vir a ser bienal, “na perspetiva de uma maior internacionalização e um maior investimento das estruturas”.
“Nesta fase de redesenho do festival estão as quatro entidades envolvidas: a Câmara através do Convento São Francisco, o TAGV através da Universidade de Coimbra e ainda o Teatrão e a Escola na Noite. No entanto, como não foi possível, para esta edição, chegar já a esse formato, procurou-se voltar ao formato de origem, ou seja, o formato em que é definida a programação via Convento São Francisco e TAGV”, sustentou.
Segundo a autarquia, caso o festival venha a ser bienal, “o projeto Rampa manter-se-á na mesma anual e, quer o TAGV, quer o Convento São Francisco, manterão a programação de dança contemporânea no Abril Dança”.
A abertura do festival ‘Abril Dança Coimbra’ terá lugar na manhã de 01 de abril, no TAGV, com “Um Ponto que Dança”, de Sara Anjo.
Este momento interativo, que inclui uma leitura encenada e oficina, convida crianças e famílias a explorarem o movimento.
Na tarde do mesmo dia, a Companhia Paulo Ribeiro apresenta “Maurice Accompagné – Miroirs”, inspirado na música de Maurice Ravel, no Convento São Francisco.
A relação entre corpo e memória estará também em destaque na exposição “Salto Imenso”, uma coorganização com a Associação Há Baixa, que reflete sobre a representação da deficiência na arte e que poderá ser visitada de 05 de abril a 15 de junho.
Outro destaque é “GABO”, uma criação de Patrick Murys para a companhia Dançando com a Diferença, em 06 de abril, no Convento São Francisco.
Nos dias 09 e 10 de abril, o espanhol Javier Martín conduz o “SOMA (Laboratório)”, uma imersão teórico-prática na perceção cinestésica, explorando a relação entre corpo e imagem.
Já no dia 11, no TAGV, Martín apresenta “O Punto Impróprio A/S/V”, um espetáculo que mistura movimento, som e imagem em tempo real, questionando identidade e perceção.
A dança também assume uma dimensão sociopolítica com “Terra Longe”, no dia 21 de abril, no TAGV, dirigido por Júlia Vilhena.
Para os interessados na história da dança em Portugal, no dia 12 de abril, o seminário “O que pode ser, afinal, uma dança nova?”; e o lançamento do livro “dança não dança”, trazem uma reflexão académica sobre as transformações da nova dança portuguesa.
No mesmo dia, Carlota Lagido revisita a performance “notforgetnotforgive”, um manifesto sobre memória e identidade.
Já no Dia Mundial da Dança, a 29 de abril, terá lugar a apresentação pública da criação no âmbito do RAMPA.2, um projeto formativo e criativo que reúne 16 bailarinos de diversas partes do país com direção da coreógrafa e bailarina Margarida Belo da Costa.
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