Coimbra

COI resistiu, mas acabou mesmo por adiar os Jogos Olímpicos

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 24-03-2020

 

O Comité Olímpico Internacional (COI) resistiu ao máximo ao adiamento dos Jogos Olímpicos Tóquio2020, mas a pandemia da Covid-19 acabou por obrigar o organismo a mudar o evento para 2021.

A decisão foi tomada hoje, depois de uma reunião por videoconferência entre o presidente do COI, o alemão Thomas Bach, e o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe.

Com o apoio do governo japonês, o COI foi sempre mostrando a vontade de realizar os Jogos Olímpicos nas datas estipuladas, de 24 de julho a 09 de agosto, mas a pressão internacional acabou por obrigar o organismo liderado por Thomas Bach adiar por um ano o evento multidesportivo.

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A pandemia colocou grande parte dos atletas olímpicos a treinar em casa, em isolamento, e levou ao adiamento ou mesmo cancelamento de provas de qualificação e de eventos testes, mas mesmo com mais de 40% de vagas ainda por atribuir o COI ia mantendo a sua vontade de manter os Jogos.

Apenas a 22 de março, Thomas Bach assumiu a possibilidade de adiar os Jogos e garantiu haver vários cenários a serem estudados, embora o cancelamento não fosse uma possibilidade, assumindo que a decisão seria tomada em quatro semanas.

No dia seguinte, foi o primeiro-ministro japonês a assumir que a decisão de adiar Tóquio2020 “poderá ser inevitável” se a pandemia do novo coronavírus tornar impossível organizar os Jogos Olímpicos com segurança.

Contudo, até aqui, a mensagem dos principais responsáveis sempre foi de tranquilidade e esperança na realização dos melhores Jogos Olímpicos da história, mesmo com críticas de atletas e outros organismos e do adiamento de grandes competições, como o Euro2020 de futebol, que passou para 2021.

Já com a chama olímpica no Japão, depois de ter partida, como tradicionalmente, do Monte Olimpo, na Grécia, a federação de natação dos Estados Unidos foi a primeira a pedir um adiamento, apoiada horas depois pelo Comité Olímpico local, que garantiu que não participaria sem condições de segurança.

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Vários Comités Olímpicos nacionais também pediram o adiamento, com o Canadá e a Austrália, entre outros, a garantirem que iriam boicotar Tóquio2020.

Também a World Athletics, que tutela o atletismo – uma das mais importantes modalidades olímpicas – a nível internacional, pediu que os Jogos fossem adiados.

Em Portugal, vários atletas, como a medalhada judoca Telma Monteiro, também se mostraram favoráveis à mudança de datas, enquanto o presidente do Comité Olímpico de Portugal alertou para a questão de a verdade desportiva poder ser desvirtuada, além de pedir celeridade na decisão.

“Há países limitados no uso de equipamentos desportivos ou na liberdade de circulação. Há atletas que estão sem treinar ou então fazem-no em condições de recurso. Quer os apurados quer os que estão ainda em fase de apuramento”, disse José Manuel Constantino, à agência Lusa.

Portugal tinha, até este momento, 34 atletas apurados.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 360 mil pessoas em todo o mundo, das quais cerca de 17.000 morreram.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

Em Portugal, há 29 mortos e 2362 infetados confirmadas. Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 02 de abril.

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