Coimbra
ClimAção acusa Metro Mondego de má interpretação de proposta que evita abate de plátanos
O movimento ambientalista ClimAção Centro acusou hoje a Metro Mondego de “má interpretação” da proposta apresentada, que evitava o abate de cinco plátanos na avenida Fernando Namora, em Coimbra.
A Metro Mondego (MM), a Câmara de Coimbra e a Infraestruturas de Portugal rejeitaram hoje a proposta de traçado do metrobus feita pelo movimento ClimAção para evitar o abate de plátanos na avenida Emídio Navarro, no centro da cidade, apontando para várias questões técnicas, após terem estudado a sua possível aplicação.
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Em reação, Miguel Dias, da ClimAção, disse à agência Lusa que “há claros erros de interpretação” da proposta do movimento e considerou que existem vários problemas apontados pela MM que não se colocam.
Ao contrário do que a Metro Mondego alega, o movimento defende que o projeto apresentado não implica o corte de árvores do parque Manuel Braga e não toca na estação elevatória nem no posto de combustível existente no local.
Nota ainda que há um projeto para a deslocalização daquelas bombas feito pelo departamento de planeamento da Câmara de Coimbra.
O comunicado da ClimAção dá resposta também a alguns dos pontos elencados pela vereadora com o pelouro da mobilidade, Ana Bastos, na segunda-feira, frisando que o corredor não passa “com uma proximidade suscetível de causar danos ou morte das árvores” e que a caixa de preparação do piso do corredor do metrobus “é de 50 centímetros e não de 80 centímetros”.
“Gostaríamos de salientar que há mais alternativas, nomeadamente através de simples sistemas de semaforização. Todas elas poderiam ser consideradas, em conjunto e em debate franco, se houvesse vontade para tal por parte da Câmara de Coimbra e não um ‘lavar de mãos’, ao jeito de Pilatos, remetendo responsabilidades para a Infraestruturas de Portugal”, vinca o movimento, considerando que o atual executivo responderá “por uma destruição danosa sem precedentes do património arbóreo da cidade”, face ao plano de abate que, só nesta linha, prevê a eliminação de 680 árvores.
Em declarações à Lusa, Miguel Dias realçou que o projeto herdado pelo atual executivo “é mau”, mas deveriam “tentar tudo por tudo para o melhorar”.
“Quando estavam na oposição, criticavam o traçado e, agora, reveem-se nos erros que lá estão vertidos. Estranhamos a mudança radical de posição”, apontou.
O elemento do ClimAção disse ainda que ainda não obteve resposta a um pedido de reunião com as entidades responsáveis pelo Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM) para procurar minimizar o número de árvores abatidas e que ainda não tiveram acesso ao plano de abates previsto para a linha do Hospital, que passa pelo centro da cidade.
“Continuam a sonegar-nos o plano de abate de árvores, que não está disponível. Parece evidente que a ocultação de informação só serve para não se divulgar o que se vai passar”, constatou.
Na sexta-feira, após uma conferência de imprensa do movimento ambientalista ClimAção, que tinha apresentado uma proposta de traçado que poderia evitar o abate de plátanos centenários na avenida Emídio Navarro, a Metro Mondego admitia que estava a estudar a viabilidade daquela solução.
No entanto, na segunda-feira, em reunião do executivo da Câmara de Coimbra, a vereadora com o pelouro da mobilidade, Ana Bastos, dava já a entender que a proposta não seria exequível, elencando várias razões de ordem técnica, em resposta a Miguel Dias, do ClimAção, que participou no período de intervenção do público, defendendo a solução apresentada à Metro Mondego.
“A MM, a CMC [Câmara Municipal de Coimbra] e a IP [Infraestruturas de Portugal] entendem que a proposta apresentada não se revela nesta fase tecnicamente exequível, pelo que irá ser mantido o projeto de execução que foi anteriormente objeto de participação pública, nos termos legais em vigor, e que mereceu a aprovação de todas as entidades envolvidas no processo”, afirmou a Metro Mondego, em nota de imprensa enviada hoje à agência Lusa.
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