Cinema
Cinema: Velhice, natureza e lobos num documentário de Anabela Moreira e João Canijo
A ruralidade, o envelhecimento, o isolamento e a relação com a natureza estão retratadas no documentário “Fojos”, de Anabela Moreira e João Canijo, que se estreia a 2 de setembro, no festival IndieLisboa.
“Fojos” foi rodado em Castro Laboreiro (Melgaço), no extremo norte interior de Portugal, e regista o quotidiano da comunidade local, marcada pelo envelhecimento, pela ligação ao campo, num território de lobos ibéricos, em pleno Parque Peneda Gerês.
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O lobo ibérico nunca aparece no documentário, mas surge representado nas histórias contadas pela população, nas superstições que perduram, nas carcaças de animais mortos encontrados e nos fojos, as antigas armadilhas com muros de pedra, que ainda subsistem na paisagem local.
O filme testemunha ainda rotinas de uma localidade afastada dos grandes centros, em que a mercearia é ambulante, em que perduram rituais da matança do porco, e onde a diversidade social entra através de uma comunidade cigana local.
A atriz Anabela Moreira, que assina a imagem e a correalização de “Fojos”, e o realizador João Canijo voltam a fazer um documentário sobre as terras do norte e centro do país, depois de terem feito os documentários “Portugal – Um dia de cada vez” (2015) e “Diário das Beiras”, de 2017.
Anabela Moreira é ainda autora dos filmes “A mim” (2017) e “O dia do meu casamento” (2016), e participou em várias obras de João Canijo, entre as quais “Mal nascida” (2007), “Sangue do meu sangue” (2011) e “Fátima” (2017).
Atualmente, João Canijo prepara o filme “As filhas do enforcado”.
O festival IndieLisboa, onde “Fojos” será exibido numa sessão especial, fora de competição, começou no dia 25 e termina a 05 de setembro.
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