A maioria dos vereadores da Câmara de Coimbra fez hoje um discurso de despedida do mandato 2017/2021 durante as intervenções iniciais de cinco minutos cada, antes da ordem do dia da reunião do executivo.
Com duas substituições na vereação, uma no grupo do PSD, onde Ana Paula Santos, substitui Paulo Leitão de férias, e Maria Conceição Marques em substituição de Ana Bastos do movimento independente Somos Coimbra, que se mantiveram em silêncio durante toda a reunião. Uma exceção para a vereadora substituta do Somos Coimbra que leu as alterações à ata feitas pela substituída, ainda que sob protesto do PS.
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Nesta reunião não faltou a já repetida altercação entre o Somos Coimbra e o Partido Socialista no que toca à legitimidade para intervir neste ou naquele momento. Durante o mandato, não faltaram as vezes que o independente reclamou de não lhe darem a palavra, tendo mesmo chagado a ausentar-se de uma reunião por essa razão. Desta vez quis saber onde estava escrito que não poderia fazer uma alteração à ata da reunião de 16 de agosto, na intervenção da sua colega de bancada. O presidente da Câmara exigiu que a alteração fosse entregue pela própria via email, até ao final da reunião. A votação da ata anterior ficou para último ponto.
Nesta discussão ainda se ouviu: “Legislatura? Pensava que legislatura era na Assembleia da Republica.” Dizia Carina Gomes ironizando com o comentário de José Manuel Silva relativo à saída de Manuel Machado da presidência.
Paula Pego, que foi eleita pelo PSD/CDS-PP e depois se tornar independente e votar quase sempre ao lado da maioria socialista, despediu-se também do executivo. Por falar logo a seguir a Carina Gomes disse trocando sorrisos com a vereadora da Cultura, que não havia combinado com ela o discurso. A vereadora socialista mais nova fez o elogio do “seu presidente” e do trabalho apresentado na cultura.
“Vou ter saudades suas.” Desabafou noutro momento Carlos Cidade em resposta a Madalena Abreu (PSD), que também se despediu do executivo, levando consigo a promessa do futuro convite, pelo vice-presidente socialista, para assistir à inauguração da extensão de saúde de Taveiro, que a vereadora eleita pelo PSD/CDS-PP tomou como sua “obra” entre outras da área social.
Madalena Abreu deixou alguns “salpicos que aumentaram e preencheram” a sua vida, desejou que “a próxima equipa projete o concelho de Coimbra para diante na história, abraçando no longo prazo todos os seus munícipes”. Terminou citando o Papa Francisco: ‘acompanhar processos e não ocupar espaços’.
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Regina Bento, também do PS e com a pasta da saúde, assumiu que “foram quatro anos de grande aprendizagem, de aprofundamento do conhecimento do concelho e das necessidades das suas populações, sendo que, no último ano e meio, a pandemia da covid-19 veio trazer ainda maiores desafios, obrigando a descobrir novos métodos de trabalho em circunstâncias nunca antes vividas por ninguém, ultrapassando medos e incertezas trazidos por um inimigo invisível. Olhando para trás é incrível tudo o que foi feito, num contexto tão inóspito! – concluiu.
Com o habitual tom grave, Manuel Machado concluiu a sessão sublinhando: “Não estamos a encerrar os trabalhos e esta não é a ultima reunião. As funções só terminam quando outros tomam posse. O que aqui ocorreu nunca foi interpretado sem amor ou com ódio. Saúde para todos.”
Também em tom de balanço e nas entrevistas pós reunião, tanto Manuel Machado como José Manuel Silva fizeram uma análise positiva deste mandato autárquico.
Para o atual presidente, Manuel Machado, a maior alegria foi inaugurar o Convento São Francisco – que em rigor já vem do seu mandato anterior.
José Manuel Silva disse que aconselha a toda a gente a experiência autárquica enriquecedora, que viveu para além da sua profissão de médico. E pretende repetir com a candidatura à frente da coligação de sete partidos, incluindo o PSD.
Veja o melhor e o pior destes quatro anos pela voz dos dois políticos, nas entrevistas em direto ao Notícias de Coimbra.
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