Portugal
CIM do Médio Tejo diz que localização em Alcochete não favorece coesão territorial
A Comunidade Intermunicipal (CIM) do Médio Tejo lamentou hoje a escolha de Alcochete como localização para o novo aeroporto da região de Lisboa, considerando que a construção da infraestrutura na margem sul não favorece a coesão territorial.
Em comunicado hoje enviado à Lusa, a CIM Médio Tejo, com sede em Tomar (Santarém), “lamenta a opção tomada por uma localização na margem sul” do rio Tejo, reiterando que a solução Santarém teria vantagens no “atenuar das assimetrias” do país.
“Como sempre defendemos, a localização em Santarém era a opção que melhor defendia a coesão territorial, que aproximava diferentes regiões, exigia um menor esforço em infraestruturas e que daria, de facto, um contributo decisivo no atenuar das assimetrias do país”, lê-se na posição conjunta dos 11 municípios que integram a CIM Médio Tejo, todos no distrito de Santarém.
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O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou na terça-feira que o Governo aprovou a construção do novo aeroporto da região de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete, seguindo a recomendação da Comissão Técnica Independente (CTI).
O Campo de Tiro da Força Aérea, também conhecido como Campo de Tiro de Alcochete (pela proximidade deste núcleo urbano), fica maioritariamente localizado na freguesia de Samora Correia, no concelho de Benavente (distrito de Santarém), tendo ainda uma pequena parte na freguesia de Canha, já no município do Montijo (distrito de Setúbal).
O município ribatejano de Benavente, com cerca de 521 quilómetros quadrados, fica na fronteira do distrito de Santarém com a Área Metropolitana de Lisboa (AML) e a menos de meia hora de entrada em Lisboa.
Na nota, a CIM Médio Tejo salienta a “necessidade de fazer acompanhar a construção do novo aeroporto de um conjunto de infraestruturas imprescindíveis”, nomeadamente para a sub-região Médio Tejo.
“Entre estas, para o Médio Tejo, mas também para todos os acessos norte e interior ao novo equipamento, assumem especial destaque a conclusão da A13 [autoestrada 13] entre Vila Nova da Barquinha e Almeirim, com resolução da travessia do Tejo na zona da Chamusca, assim como a conclusão do IC9 [Itinerário Complementar 9], entre a A23 e Ponte de Sôr, com resolução da travessia do Tejo entre Abrantes e Constância, ambas previstas no Plano Rodoviário Nacional”, indica.
Para a CIM Médio Tejo, “sem estas vias, há toda uma parte do país que ficará ainda mais distante e à mercê do acentuar das desigualdades territoriais”.
Liderada por Manuel Jorge Valamatos, que também preside ao município de Abrantes, a CIM do Médio Tejo adianta ainda que “retomará agora o diálogo já encetado entre diferentes organismos tendo em vista a possibilidade de abertura do aeródromo Militar de Tancos a uma utilização partilhada militar-civil, potenciando o aproveitamento daquela infraestrutura também como aeroporto regional”.
Além do novo aeroporto, que se vai chamar Luís de Camões, o Governo decidiu também mandatar a Infraestruturas de Portugal para concluir os estudos para a construção da Terceira Travessia do Tejo e da ligação ferroviária de alta velocidade Lisboa-Madrid.
Em junho, as comunidades intermunicipais das regiões do Médio Tejo, Beira Baixa, Leiria e Coimbra tinham assumido uma posição pública conjunta na defesa da escolha de Santarém para a construção do novo aeroporto da região de Lisboa, considerando que seria a opção ideal.
A Comissão Técnica Independente (CTI) designada para avaliar as opções da nova infraestrutura publicou no dia 11 de março o relatório final da Avaliação Ambiental Estratégica do novo aeroporto, mantendo a recomendação de uma solução única em Alcochete ou Vendas Novas, mas apontou que Humberto Delgado + Santarém poderia “ser uma solução” transitória.
A CIM Médio Tejo integra os concelhos de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha.
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