O movimento Cidadãos por Coimbra (CpC) aprovou hoje, em plenário, a sua representação numa coligação em construção com PS, PAN e Livre para as autárquicas, afirmou o coordenador, Jorge Gouveia Monteiro.
Com apenas quatro abstenções, o movimento decidiu aprovar a sua representação numa frente conjunta com PS, PAN e Livre para as eleições autárquicas, já que, de um ponto de vista legal, os movimentos cívicos estão impedidos de se integrarem numa coligação, disse à agência Lusa Jorge Gouveia Monteiro, referindo que participaram cerca de 30 pessoas no plenário.
No mesmo órgão, ficou definida uma tabela mínima de representação nas listas já comunicada aos parceiros, que passa por uma pessoa em lugar elegível para a Câmara de Coimbra (o CpC só conseguiu eleger vereador em 2013), três para a Assembleia Municipal (tem dois deputados) e “uma pequena ampliação” da representação nas freguesias, afirmou.
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Segundo Jorge Gouveia Monteiro, desde julho de 2024 que a direção do movimento trabalhava no sentido de fazer parte de uma hipotética coligação com o PS, considerando que faltava um plenário para “legitimar todo esse caminho”.
Questionado sobre se a atual decisão criará uma cisão no movimento (o Bloco de Esquerda que apoiava o CpC decidiu avançar com candidatura própria), o coordenador disse que os membros bloquistas continuarão a trabalhar dentro dos Cidadãos por Coimbra “como movimento cívico”, não havendo qualquer fratura.
Apesar disso, Gouveia Monteiro considerou que a frente que poderá ir a eleições não é tão abrangente como o movimento gostaria, afirmando que “há um caminho a fazer de entendimento com o PCP e com o Bloco de Esquerda, no sentido de alargar esta cooperação”.
Durante o plenário, foram também definidos os termos programáticos, numa altura em que as quatro forças estão já a trabalhar num programa comum, disse.
Para o coordenador do CpC, há uma vontade conjunta de interromper a atual maioria da coligação Juntos Somos Coimbra (PSD, CDS-PP, Nós, Cidadãos!, PPM, Aliança, RiR e Volt), encabeçada por José Manuel Silva, que derrotou em 2021 Manuel Machado (PS), que se recandidatava ao seu terceiro mandato consecutivo.
“Nós temos uma forte expectativa de estar a falar com um PS que não enferma dos mesmos erros que tantas vezes denunciámos”, disse Gouveia Monteiro.
No domingo, a concelhia do PS vota o nome da ex-ministra Ana Abrunhosa como cabeça de lista da candidatura socialista à Câmara Municipal, afirmou fonte da estrutura local do partido, admitindo ainda que “as coisas estão bem encaminhadas no sentido de haver uma coligação entre PS, Livre, PAN e Cidadãos por Coimbra”.
O Livre realizou um plenário a 25 de janeiro, onde foi aprovada uma moção para uma coligação mais alargada às autárquicas de Coimbra, disse à Lusa uma das porta-vozes da estrutura local do partido, Clara Cruz Santos, referindo que as primárias para o núcleo territorial começaram na sexta-feira, mas deverá ser tomada uma decisão sobre uma possível coligação com PS, PAN e CpC até ao final do mês.
João Fontes da Costa, do PAN de Coimbra, afirmou que “em termos formais, ainda não há uma definição da coligação”, mas salientou que, da parte do partido, tudo será feito “para que isso possa acontecer”.
Nas últimas autárquicas, o CpC teve 4.200 votos, número insuficiente para eleger um vereador. O PAN não conseguiu qualquer eleito e o Livre não concorreu.
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