Cidadãos com deficiência intelectual recolhem escombros de casa ardida

Notícias de Coimbra | 7 anos atrás em 25-02-2018

Uma moradia de primeira habitação em Ponte de Mucela, na freguesia de São Martinho da Cortiça, Arganil, ardeu por completo no fim de semana de 15 e 16 de outubro. Nela vivia um casal, com dois filhos pequenos.

Ação de Voluntariado Arganil_APPACDMCoimbra2

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A Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Coimbra procedeu ontem, 24 de Fevereiro, à recolha e limpeza dos escombros que resultaram do fogo que assolou essa casa.
Durante um dia inteiro, cerca de 50 voluntários, entre eles utentes com deficiência mental, colaboradores e familiares da APPACDM de Coimbra, limparam o terreno e recolheram o que sobrou do incêndio: tijolos, telhas, metal, vidro e outros materiais. Apesar de ter sido um longo dia de trabalho, os voluntários mantiveram-se alegres, empenhados e esforçados.
Nuno Marques, proprietário da casa, visitou os voluntários para prestar o seu agradecimento à APPACDM de Coimbra. Contou que aquela casa era, para a sua família, “o seu cantinho de sonho”, o seu “paraíso”.

Tinham adquirido a casa há pouco tempo e era o concretizar de um sonho do casal. Nela educavam os seus filhos, rodeados de verde, árvores, e o largo rio. Naquele fim de semana, viu o seu sonho rodeado de um “tornado de fogo”, que não consegue explicar. “Aconteceu tudo muito rápido, saímos com a roupa que tínhamos no corpo e nada mais”, conta.

A nível financeiro, a ajuda ainda não chegou, mas conta que houve uma grande união na comunidade, providenciando-lhes o que mais necessitavam: roupa, abrigo e ajuda.
Só no concelho de Arganil, mais de uma centena de casas de primeira habitação foram completamente destruídas e vários milhares de hectares de terrenos agrícolas ficaram totalmente carbonizados.

Foram vários os cidadãos que a APPACDM de Coimbra apoia, através da sua Unidade Funcional de Arganil, que viram as suas casas, terrenos e meios de sustento serem destruídos pelos fogos. Assim, movida pela solidariedade e pela vontade de ajudar o próximo, a APPACDM de Coimbra, numa estreita ligação com a autarquia arganilense, decidiu ajudar na medida das suas possibilidades – começando por esta casa.

Ação de Voluntariado Arganil_APPACDMCoimbra4

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“Não fizemos mais do que a nossa obrigação de cidadãos solidários com uma comunidade que tão bem nos tem acolhido e acarinhado. Temos sempre contado com a população de Arganil em todas as nossas iniciativas e todos os apelos que lhe temos feito têm tido resposta positiva e imediata. Sentimo-nos arganilenses numa inclusão social perfeita das pessoas com deficiência mental que apoiamos: sentimo-nos da comunidade nos bons e maus momentos”, explica a presidente da APPACDM de Coimbra, Helena Albuquerque.
Em São Martinho da Cortiça arderam oito casas de primeira habitação, sendo uma delas a de Nuno Marques.

Neste momento, a família está a tentar reorganizar a sua vida, perceber qual o caminho a seguir. Nuno conta que gostava de voltar a reconstruir a sua casa no mesmo sítio, mas, devido ao que aconteceu, torna-se difícil ainda pensar nisso. A APPACDM de Coimbra terminou o dia de voluntariado com uma promessa – se a família Marques decidir reconstruir a sua habitação, lá estará para ajudar.

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