Crimes
Chega vai entregar no parlamento “pacote anticorrupção”
O presidente do Chega anunciou hoje que o partido vai entregar no parlamento várias propostas que constituem um “pacote anticorrupção”, pedindo abertura dos outros partidos para que possam ser aprovadas.
“Vamos procurar, já que o Governo não o quer fazer, ter verdadeiramente um pacote anticorrupção aprovado na Assembleia da República”, afirmou André Ventura, estimando que as propostas sejam entregues “nos próximos dias” no parlamento.
PUBLICIDADE
O líder do Chega indicou que as propostas incluirão a possibilidade de “confisco alargado” de bens “quando houver indícios fortes de práticas de crimes económicos corruptivos ou crimes conexos”, a regulação do ‘lobyying’ (que já deu entrada no parlamento), aumento de penas para crimes como corrupção e tráfico de influências, e a limitação da possibilidade de apresentação de recursos na Justiça, e disse esperar que possa “gerar algum consenso no parlamento”.
“Agora está do lado do PSD se aceita o nosso desafio ou não”, afirmou, depois de já ao final da manhã ter desafiado o PSD para uma proposta que permita um confisco de bens “rápido e preventivo” nos casos de corrupção e crimes económicos.
“Como eu já não conto com o PS para nada e sei que o PS nunca está disponível para nada, ao menos contamos com o PSD para poder fazer aqui uma reforma contra a corrupção verdadeiramente para isso. É preciso saber se o PSD está disponível ou não ou se vai outra vez para os braços do PS, porque se for para os braços do PS sabemos que não vai acontecer nada nesta matéria”, insistiu.
O presidente do Chega falava aos jornalistas antes de uma visita ao Instituto Politécnico de Leiria, o último ponto das jornadas parlamentares do partido, que decorreram entre segunda-feira e hoje e foram focadas no tema da corrupção.
Ventura considerou que este é “um dos grandes desafios do país” e uma questão que “toca a todos, sejam de esquerda, sejam de direita”.
No final das jornadas, o líder do Chega afirmou que “a grande mensagem é que a corrupção, ou melhor, a criminalidade económica ou a criminalidade conexa, não pode compensar” e considerou que os partidos não podem “estar à espera indefinidamente” da “boa vontade do Governo, que está há meses a dizer que vai avançar, mas que nunca avança”.
André Ventura afirmou que a visita ao Politécnico de Leiria se enquadra nas jornadas porque o Chega quer que o ensino seja visto “como um mecanismo fundamental no combate à corrupção”, considerando que “o combate à corrupção não é apenas uma questão de lei, é uma questão de prevenção e é uma questão de pedagogia”.
Related Images:
PUBLICIDADE