Política
Chega vai apoiar candidato que seja dirigente ou militante do partido
O líder do Chega anunciou hoje que o partido vai apoiar um candidato que seja dirigente ou militante nas próximas eleições presidenciais, em 2026.
“Na sexta-feira, eu tive a oportunidade de falar com a minha direção nacional, com a direção nacional do partido, e nós tomámos a decisão de que o partido tenha uma candidatura própria nestas eleições presidenciais” e “não apoiar uma candidatura independente”, afirmou André Ventura, em conferência de imprensa na sede do Chega, em Lisboa.
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O líder do Chega indicou que o partido “vai apoiar um militante seu, um dirigente seu, na candidatura à Presidência da República” em 2026.
“Por entendermos que em áreas-chave que vão dominar a atualidade nos próximos meses, como o combate à imigração, à corrupção, exigia alguém que esteja ligado intrinsecamente a esses combates, e face ao que temos ouvido de outros possíveis candidatos estes temas não são a sua prioridade”, justificou.
O presidente do Chega reiterou que “até ao final do primeiro trimestre do próximo ano” revelará se será ele próprio o candidato às eleições presidenciais, voltando a candidatar-se, depois de o ter feito em 2021.
“Nós estamos ainda num tempo próprio em que os partidos estão a encerrar um ano que foi um ano muito específico com eleições legislativas e eleições regionais, vamos ter provavelmente um ciclo de eleições na Madeira em breve, vamos ter eleições autárquicas, em que estou muito empenhado também, e há aqui uma série de variantes que podem pesar numa candidatura presidencial”, indicou.
Questionado se a sua decisão pode ser afetada por outras pessoas avançarem, André Ventura disse que “há candidatos que seriam mais desconfortáveis de debater ou de enfrentar”, e deu o exemplo do antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, mas defendeu que “as decisões políticas não podem ser tomadas com base em amizades nem em critérios de vida” e disse que “só Deus” pode condicionar a sua decisão.
Nesta conferência de imprensa, o presidente do Chega foi questionado também sobre a estimativa do Banco de Portugal que aponta para um défice de 0,1% em 2025. André Ventura defendeu que deve haver “um critério de exigência, de garantir que as contas públicas, ao longo do próximo ano, não resvalarão de tal forma que cheguem a pôr em causa os compromissos internacionais”.
O líder do Chega disse que o ministro das Finanças apontou “a margem já muito curta que existia no orçamento” para “não poder negociar com os polícias, para não poder negociar com os bombeiros, para não poder aumentar as pensões”.
“Se nós agora temos, apesar de todos estes circunstancialismos, um défice que vai colocar em causa a nossa credibilidade internacional, então significa que o Governo falhou em toda a linha”, acusou.
André Ventura afirmou também o governador do Banco de Portugal “quer ter, ao longo dos próximos meses, um papel a desempenhar” e “quer ter maior expressão e maior visibilidade” e deixou um aviso a Mário Centeno para que “não confunda o seu trabalho de governador do Banco de Portugal com uma putativa candidatura à Presidência da República”.
O presidente do Chega considerou que se trata de “uma tentativa de afirmação política” e pediu independência a Centeno.
Na sexta-feira, o Banco de Portugal estimou que o país vai regressar a uma situação deficitária em 2025, com um défice de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB), o que contraria as projeções do Governo de um excedente orçamental.
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