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Chame o enfermeiro…pode ser que tenha sorte
Será digna a passagem dos doentes por um hospital? E, após o período de internamento, estarão preparados para regressar a casa? A importância de medir os resultados que os utentes obtêm dos cuidados de Enfermagem que lhes são prestados constitui o tema de um simpósio que a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra organiza, hoje, nas instalações do CHUC.
Em estudo realizado em quatro hospitais da zona Centro de Portugal, que envolveu mais de 300 enfermeiros e cerca de 2000 doentes (de medicina geral e de cirurgia geral), vem mostrar que o número de horas de cuidados disponíveis para cada doente (uma média de 3,05 horas por dia) está muito aquém do que se verifica em hospitais de países como o Reino Unido, o Canadá e os Estados Unidos da América, para serviços da mesma complexidade (mais de 7 horas por dia).
No estudo, conduzido por uma equipa de investigadores da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), coordenada pelo professor Fernando Amaral (especialista em Gestão e Economia da Saúde), constatou-se, ainda, que nesses hospitais existem serviços cujo rácio médio de doentes por enfermeiro é de 12 para um.
«Se tivermos em conta que a média de idades dos doentes internados rondou os 70 anos, o que significa que uma grande percentagem está muito dependente, podemos pensar como é que é possível prestar cuidados que tornem digna a passagem dos doentes num hospital», questiona o professor coordenador da ESEnfC e investigador na Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA: E).
Fernando Amaral diz-nos, também, que «a maioria dos doentes não sai bem preparada para regressar a casa», o que se deve ao «baixo nível de comunicação que existe, que, por sua vez, tem uma relação direta com a diminuição de horas de cuidados disponíveis».
Já «nos locais onde os ambientes dos serviços prestadores de cuidados são mais favoráveis para os cuidados de Enfermagem – caraterizados por maior envolvimento dos enfermeiros na tomada de decisão, maior autonomia, melhores lideranças e melhor relação médico/enfermeiros – os doentes saem melhor do ponto de vista da sua independência», adianta o professor Fernando Amaral.
Deste e doutros aspetos, relacionados com a importância de medir os resultados dos cuidados de saúde para os utentes dos serviços, falar-se-á, hoje (dia 23 de julho), no Simpósio Internacional “Efetividade e qualidade dos cuidados de Enfermagem”, organizado pela ESEnfC e que terá lugar no Centro de Congressos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).
A mesa de abertura está marcada para as 09h00, com as intervenções de Maria da Conceição Bento (Presidente da ESEnfC), Manuel Alves Rodrigues (coordenador científico da UICISA: E), Pedro Lopes Ferreira (professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra) e Fernando Amaral.
O simpósio surge no âmbito do projeto de investigação “Resultados dos Cuidados de Enfermagem: Qualidade e Efetividade” (inscrito na UICISA: E), que é financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e pelo QREN/Compete. O projeto conta, também, com o apoio do Centro de Estudos e Investigação em Saúde da Universidade de Coimbra.
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