Economia
Centro tem pior PIB por habitante do país
O Barómetro do Centro de Portugal de 2024 aponta para uma melhoria do desempenho global, ao mesmo tempo que nota que passou a ser a região com o PIB por habitante mais baixo do país.
O desempenho global da região Centro em 2024 aumentou de 4,01 para 4,4 (numa escala de 1 a 7), sustentado em parte por um aumento da população residente acima da média nacional, de acordo com o Barómetro do Centro de Portugal, produzido pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) e divulgado hoje.
Em termos gerais, em 2024, o Centro manteve-se como a terceira região do país com melhor desempenho global, depois da Área Metropolitana de Lisboa (AML) e do Norte.
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O desempenho global foi alimentado não apenas pelo aumento da população residente, mas também pela redução da taxa de desemprego jovem, aumento do consumo de energias renováveis, crescimento no número de doutorados por 1.000 habitantes e melhorias na criação líquida de empresas (diferença entre o número de empresas que nascem e morrem).
No entanto, o Centro apresentou o PIB por habitante mais baixo de todas as regiões, que anteriormente era o Norte, estando também na última posição no que toca ao crescimento real do PIB.
O PIB por habitante situou-se em cerca de 21 mil euros, menos quatro mil euros face à média nacional, com a região a não conseguir convergir com o padrão, apesar de o PIB ter aumentado 1.359 euros em 2023, lê-se no documento.
A região Centro registou também o “menor crescimento nominal do PIB em todas as regiões portuguesas”, em 2023, com um aumento de 8% face a 2022, abaixo da média nacional de 9,6%.
O peso das exportações de bens no PIB da região foi superior à média nacional, registaram-se mais 31 empresas gazela em 2023 face a 2022 (135 sociedades sobretudo concentradas no litoral da região), mas estas jovens empresas de elevado crescimento representavam apenas 0,69% de todas as empresas com pelo menos dez trabalhadores no Centro (o pior registo de todo o país).
Também a produtividade no trabalho, apesar de ter aumentado, não tem acompanhado o ritmo da média nacional, estando em divergência desde 2021.
Já a população residente aumentou 1,56% em 2023 face a 2022.
Segundo o barómetro, 73% dos cidadãos estão globalmente satisfeitos, apontando para motivos de insatisfação dificuldades financeiras e custo de vida (34,3%), assim como problemas de saúde, remuneração e reformas baixas.
Na nota de imprensa, a CCDRC salienta que a região subiu duas posições no indicador da sustentabilidade ambiental e energética, subiu para a primeira posição no potencial humano e alcançou a terceira posição na coesão.
Para a presidente da CCDRC, Isabel Damasceno, citada na nota, os indicadores são “bastante positivos para a região, que evidenciam um bom desempenho na educação, no emprego, na inovação, no investimento direto estrangeiro e nas exportações de bens”.
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