Coimbra
Centro quer convencer Bruxelas a investir no património cultural
A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) quer convencer a Comissão Europeia de que a região ainda tem um grande esforço de investimento no património cultural no pós-2020, disse hoje a presidente da instituição.
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A CCDRC está presente na Semana das Regiões e das Cidades, que decorre em Bruxelas, participando hoje num ‘workshop’ sobre o papel e os desafios do património cultural no futuro, num esforço para “sensibilizar a Comissão Europeia de que é preciso continuar a ter fundos para valorizar e qualificar esse património”, disse à agência Lusa a presidente da instituição, Ana Abrunhosa.
“Ainda temos um grande esforço de investimento a fazer” nessa área, reconheceu a presidente da CCDRC, considerando que no próximo quadro comunitário será fundamental para a região continuar a ter verbas para fazer investimento físico no património da humanidade e classificado da região, bem como ajudar a promover esse mesmo património.
No último quadro comunitário, referiu, já se notou “uma grande resistência da Comissão Europeia em dar apoio a este tipo de projetos, mas eles continuam a ser muito importantes”.
Ana Abrunhosa apontou para a atribuição do título de Região Europeia da Gastronomia 2021 à Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra, salientando que essa “é uma das áreas em que não vale a pena estar a falar em turismo se não se tiver o património qualificado”.
“É básico, é fundamental, que o património físico e histórico esteja qualificado para que depois se possa valorizar com ações imateriais”, defendeu, sublinhando que a prioridade no pós-2020 continuará a ser a requalificação do edificado existente, mas também sem “um preconceito para construção nova”.
Sobre os desafios do próximo quadro comunitário, nomeadamente os cortes previstos na política de coesão, Ana Abrunhosa considerou que tão importante do que discutir as verbas – “que são importantes” – é fundamental discutir o que fazer com os fundos disponíveis e a forma como serão geridos.
“Nos custos de gestão e coordenação, desperdiçamos muitas verbas. Tão importante como discutir o pacote financeiro é perceber o que fazer com essas verbas e ser muito eficiente no uso dessas verbas. Isso consegue-se com regras claras, transparentes e simples e com um modelo de governação simples e claro”, salientou.
Para o próximo quadro comunitário, para além do foco no património cultural, a presidente da CCDRC apontou como prioridades a competitividade da economia através do conhecimento, a transição de uma economia linear para uma economia circular, a digitalização da economia e o trabalho nas áreas sociais, nomeadamente as questões do envelhecimento ativo e saudável.
A Semana Europeia das Regiões e das Cidades é um evento anual organizado pelo Comité Europeu das Regiões e pela Comissão Europeia dedicado ao trabalho em torno do desenvolvimento regional e local.
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