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Centenas de casas alagadas devido ao mau tempo na Ilha de Moçambique
Centenas de casas de zonas baixas da Ilha de Moçambique estão alagadas devido à chuva intensa que se regista desde a noite de quinta-feira na província de Nampula, norte de Moçambique, avançou à Lusa fonte oficial.
“Na zona insular, praticamente podemos dizer 80% das casas dos oito bairros que temos foram afetadas. Mas também temos bairros afetados na zona continental. Não é uma situação nova devido às características da zona e o nível do mar”, declarou à Lusa o presidente do município da Ilha de Moçambique, Momade Ali.
O mau tempo não causou qualquer vítima mortal, mas centenas de casas estão alagadas e pelo menos duas famílias tiveram de abandonar as residências após desabarem parcialmente ou totalmente devido à chuva, estando atualmente a serem apoiadas pelo Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), acrescentou a mesma fonte.
“Neste momento, estamos a trabalhar com motobombas para retirar a água das zonas residenciais. Mas é um trabalho um pouco difícil porque são máquinas manuais”, acrescentou o autarca, que destaca uma “forte solidariedade” entre as comunidades locais face à situação.
A histórica Ilha de Moçambique, situada a pouco mais 180 quilómetros da cidade de Nampula (capital provincial), alberga mais de 83 mil habitantes, 11 mil dos quais nos oito bairros da parte insular e 72 mil nos 22 bairros da zona continental.
A Ilha de Moçambique foi a primeira capital moçambicana, permanecendo de pé diversos monumentos históricos que agora estão a ser recuperados no âmbito de diversos projetos para proteção do património, alguns dos quais apoiados pelo governo português.
Em 1991, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) considerou a ilha de Moçambique Património Mundial da Humanidade.
Moçambique vive um pico do período chuvoso, com as autoridades a alertarem para o risco de inundações devido ao mau tempo em diversos pontos do país nas últimas semanas.
A atual época chuvosa em Moçambique, que começa em outubro, já provocou a morte de 135 pessoas e afetou outras 116.334, indica-se num relatório consultado pela Lusa.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas globais, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.
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