Cidade
CDU quer ver “quadros” do BPN no Convento de São Franscisco (com vídeo)
A CDU propôs na Assembleia Municipal de Coimbra a instalação no Centro de Congressos e Espaço Cultural Convento de São Francisco (CCECCSF) “colecção Miró”, as 85 obras do mundialmente famoso pintor que sobraram da escandalosa falência do BPN.
A CDU espera que ela possa ser subscrita por todos os grupos parlamentares municipais e mereça a devida atenção do executivo camarário e tudo fará para que se transforme num objectivo mobilizador dos cidadãos e de outras forças vivas da cidade.
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A proposta apresentada por Jorge Veiga considera que o Centro de Congressos e Espaço Cultural Convento de S. Francisco deve “posicionar-se como pólo dinamizador da cidade, da região e do país, por via do fluxo de turismo que potenciará, das oportunidades económicas que irá gerar e pelas sinergias nacionais e internacionais que irá criar, nomeadamente integrando redes internacionais de negócio, de conhecimento e de turismo.”
Se o valor intrínseco do CCECCSF não levanta dúvidas já a sua dimensão, financiamento e integração no tecido cultural da cidade e região, devem causar as maiores preocupações.
Com uma área para serviços de 35. 000m2, um auditório principal de 1125 pessoas, outro, o da Igreja para 500 ; 4 salas para reuniões de 200/120/80/60 pessoas, uma sala estúdio com 140 lugares, uma importante área expositiva de 2300 m2, para além de Claustros, Praça para concertos e eventos no exterior e outras áreas de apoio, não nos é difícil considerar este espaço sobredimensionado para a capacidade integradora da cidade e da região, e desfasado da tradição governativa que, desde há muito, atribui à Cultura verbas que se podem considerar ridículas ou até insultuosas, acrescenta a CDU.
Para a CDU, “Mesmo sem entrar em visões catastrofistas, não será fácil, para utilizar uma expressão suave, financiar o CCECCSF S – com uma manutenção anual prevista de 3, 3 milhões de euros – sem o risco de secar tudo à sua volta ou de o desviar para projectos de índole comercial sem qualquer interesse público”.
É neste contexto – “percebendo a magnitude dos efeitos perversos que esta interessante infra-estrutura pode ter, caso não seja possível mobilizar meios de atracção que ultrapassem as estreitas fronteiras da cidade, da região e mesmo do país” – que a CDU propõe o estudo da instalação de uma exposição-âncora que, para além de enriquecer o seu património, se projecta como estrela de cartaz junto de qualquer cidadão do mundo: A instalação no CCEC Convento de S. Francisco da chamada “colecção Miró”, as 85 obras do mundialmente famoso pintor que sobraram da escandalosa falência do BPN.
Não temos dúvidas que a exposição permanente das obras de um artista que integra a restrita lista de pintores reconhecidos por turistas de qualquer nacionalidade, valorizaria todas as outras actividades do Convento, actuando sinergicamente com o estatuto de Património Mundial da Humanidade da nossa Universidade na cativação de visitantes estrangeiros desembarcados em Lisboa (a 2h de viagem) ou no Porto (a 1h), como os de outras regiões do país, garante a CDU.
Não ignoramos os conflitos políticos e jurídicos que opõem o governo, a Parvalorem e a Parups – as polémicas agências estatais encarregadas de amortizar os prejuizos do BPN que tantas vezes os têm agravado -, aos que naturalmente se opõem à saída do país da colecção Miró, entre os quais o próprio Ministério Público, que afirma, cito, que “os bens de empresas 100% públicas, são públicos”, acrescenta a CDU.
A CDU considera, contudo, que a resolução destes problemas apenas exige vontade política e apela ao executivo municipal e a esta Assembleia para se assumirem como partes interessadas no processo, respondendo assim, com uma oportuna e justificada iniciativa, à falaciosa argumentação do Ministério das Finanças que afirma que, para além da amortização dos prejuízos do BPN, com a – cito – “justificação do interesse público associado”… “não se vislumbra qualquer outra forma de rentabilizar estas obras” – Público 16-4-15.
O Estado português manifestou-se recentemente interessado em outras obras constituintes do espólio BPN para as expor no Museu do Chiado, pelo que para a CDU, “seria ridículo argumentar com os 35 milhões de euros da colecção Miró depois ter metido oito mil milhões para tapar os buracos dos negócios escuros desse banco. E, em Portugal, também a Cultura não deve ser só Lisboa.”
Veja AQUI a intervenção de Jorge Veiga na Assembleia Municipal de Coimbra
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