Cidade
CDU exige transparência da Câmara de Coimbra na reabilitação da Baixa
A CDU exigiu hoje que o processo de reabilitação junto à Via Central, na Baixa de Coimbra, seja transparente, alertando para os riscos de gentrificação e de especulação mobiliária na zona.
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Membros da CDU de Coimbra alertaram hoje para a especulação imobiliária de que a zona da Via Central pode ser alvo, face à intervenção que está a ser feita, que vai ligar a Avenida Fernão de Magalhães à Rua da Sofia.
“A Câmara Municipal tem de ser totalmente transparente. Precisamos de saber na íntegra sobre o que a Câmara está a pensar para todo este espaço”, defendeu o vereador eleito pela CDU, Francisco Queirós, alertando para a especulação que pode ser gerada a partir do fundo imobiliário Fundbox, no qual a Câmara é associada.
Para o vereador da CDU, esse fundo imobiliário é “via aberta para a especulação”, sendo necessário “pôr-se travão a essa intenção, que haverá, logicamente, por parte de vários interessados”.
“Precisamos de uma Baixa com moradores, com comércio, com crianças, com qualidade de vida. E isso acontece se a Câmara investir no imobiliário e crie mecanismos que impeçam o próprio fundo e os privados de fazerem o seu negócio”, vincou.
Nesse sentido, acredita que é necessário garantir que, nos prédios que venham a ser reabilitados, tenham habitação com rendas a preços controlados e que a Via Central seja utilizada apenas por transporte público.
Face a esta situação, a CDU exige uma “discussão pública e ampla relativamente ao futuro da Baixa de Coimbra”, por forma a que seja “fornecida toda a informação do fundo” e se saiba quais as intenções de investimento e intervenções para aquela zona.
“Não pode acontecer aquilo que já acontece em Lisboa e no Porto. Tem haver regras muito rigorosas e tem que se definir para que esse não seja o caminho”, realçou Francisco Queirós.
Junto à zona da intervenção, os membros da CDU distribuíram um comunicado onde alertavam para “a opacidade do processo” que está associada à reabilitação daquela zona, referindo que “o pouco que é conhecido pouco diz sobre para que servirá este espaço”.
“Quaisquer intervenções na Baixa, nomeadamente as obras da Via Central e a sua envolvente, devem pautar-se por uma política de planeamento que procure localizar famílias e negócios diversos, num espaço público de qualidade”, refere o comunicado.
Para o membro da CDU de Coimbra João Pedro Ferreira, se a obra da Via Central é uma intervenção pública, então a Câmara Municipal deverá assegurar benefício público dessa mesma obra.
O fundo, que tem à volta de 75 prédios da zona, poderá acabar por beneficiar de uma valorização “para o dobro ou para o triplo” do metro quadrado, assim que a Via Central estiver terminada, salientou, defendendo que as casas “sejam ocupadas não por alojamentos locais ou condomínios de luxo, mas por casas a custos controlados, para estudantes, idosos ou pessoas que precisam”.
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