Coimbra
CCDRC diz que foram repostas 60% das casas ardidas em outubro de 2017
O processo de reconstrução de casas destruídas pelos fogos em outubro de 2017 está cumprido em 60%, com 475 habitações entregues às famílias, disse hoje a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC).
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A presidente da CCDRC, Ana Abrunhosa, disse à agência Lusa que o Estado já aplicou 32 milhões de euros na reposição de casas, ao abrigo do Programa de Apoio à Recuperação de Habitação Permanente (PARHP), que abrange cerca de 30 municípios atingidos pelo grande incêndio de 15 de outubro daquele ano.
“Até agora, entregámos e pagámos 475 habitações, incluindo os apetrechamentos”, adiantou.
Ana Abrunhosa esteve hoje nos concelhos de Nelas (Viseu), Seia (Guarda) e Oliveira do Hospital e Arganil, estes no distrito de Coimbra, para proceder à entrega de 10 casas recuperadas.
Na sexta-feira, a responsável continua no terreno em representação do Governo, noutros concelhos da região, para formalizar a devolução de mais seis imóveis destruídos, total ou parcialmente, pelo fogo.
Ao todo, nesta semana e nas duas anteriores, perto de meia centena de famílias podem regressar às residências que perderam há 16 meses, com a presidente da CCDRC, nestas visitas, a fazer-se acompanhar dos presidentes das câmaras e outros autarcas.
“Temos ainda em obra 320 casas em diferentes fases de reconstrução”, disse, prevendo que deverão ser “todas entregues” até junho.
Logo após o incêndio, que começou na madrugada de 15 de outubro de 2017, junto a Vilarinho, no concelho da Lousã, “houve uma fase inicial de muito trabalho burocrático, que não foi para o terreno”, recordou Ana Abrunhosa.
“Agora, as pessoas já acreditam” na resolução dos seus problemas habitacionais, com a recuperação das casas assumida pelo Estado, frisou.
A presidente da CCDRC lidera uma equipa de 10 funcionários do organismo, incluindo ela própria, envolvida no processo de recuperação de imóveis, no âmbito do PARHP.
A Comissão de Coordenação recebeu 1.311 pedidos de apoio à reconstrução e reequipamento das casas, dos quais foram aprovados apenas 823, que cumprem as condições estipuladas pelo programa.
Destes, 25 requerimentos são apenas para apetrechamento de habitações.
“Há 488 pedidos de apoio que não tiveram acolhimento no programa de apoio, o que corresponde a cerca de 37,2%”, informa a CCDRC na sua página da internet.
Em todas as situações, tem havido ajuda da empresa de mobiliário Aquinos, de Tábua, que “doa sempre as camas e os sofás”, e de diversas empresas de têxteis, que fazem chegar os contributos através do movimento cívico Lírio Azul, com sede na Póvoa do Varzim, salientou Ana Abrunhosa.
“Nas centenas de casas que já entregámos, houve sempre grande alegria e grande carinho” da parte dos proprietários, declarou à Lusa.
Ao receber os têxteis, cada família assina uma declaração com que aquele movimento faz prova da entrega, a qual é enviada à firma doadora juntamente com uma fotografia do ato.
Depois das polémicas em torno das ajudas à reconstrução de casas em Pedrógão Grande, na sequência do fogo de 17 de junho de 2017, “há que fazer tudo com grande transparência”, acentuou Ana Abrunhosa.
“Agora, temos também de ajudar essas pessoas a transformar a casa num lar”, acrescentou, para enaltecer igualmente o papel das autarquias no processo de reposição das habitações.
Nos últimos meses, a presidente tem reservado “pelo menos um dia por semana” para visitar as obras abrangidas pelo PARHP.
Além dos elevados prejuízos materiais, ambientais e na economia, os fogos que lavraram na região Centro nos dias 15 e 16 de outubro de 2017 causaram a morte de 50 pessoas, tendo cerca de 70 sofrido ferimentos diversos.
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