Política
Carlos Monteiro assume derrota e destaca “fenómeno” Santana Lopes
O candidato do PS à Câmara da Figueira da Foz e atual presidente, Carlos Monteiro, assumiu na noite de domingo a derrota nas eleições autárquicas para o executivo municipal, atribuindo-a ao “fenómeno” de Santana Lopes.
“Temos aqui um resultado em que o fenómeno de Santana Lopes existiu e o fenómeno de Carlos Monteiro não existiu”, disse o candidato do PS, num discurso perante algumas dezenas de militantes ao final da noite de domingo.
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“O PS ganhou 11 freguesias, o PSL [movimento Figueira a Primeira] duas e o PSD uma. É um resultado atípico que evidencia que a derrota é minha”, frisou Carlos Monteiro.
Pelas contas do candidato, o PS ganha 11 em 14 juntas de freguesia da Figueira da Foz e tem “maioria” na Assembleia Municipal, perdendo, no entanto, a Câmara Municipal que liderou nos últimos 12 anos.
“Tínhamos um bom programa, não foi essa a decisão dos figueirenses, é evidente que respeitamos, respeitamos as decisões todas em democracia, vamos continuar a trabalhar para o progresso da Figueira. Aqui, se houve alguém responsável pela derrota, fui eu, enquanto presidente da comissão política [concelhia do PS] e enquanto candidato à Câmara”, sustentou.
Na intervenção em que assumiu a derrota, Carlos Monteiro ainda não dispunha dos resultados totais, nomeadamente os relacionados com a maior freguesia da Figueira da Foz – que reúne a cidade e a vila de Buarcos – mas o candidato do PS admitia ter perdido naquela freguesia urbana para o movimento Figueira a Primeira de Pedro Santana Lopes, o que veio a suceder.
De acordo com os resultados oficiais do ministério da Administração Interna (MAI), para a Câmara Municipal da Figueira da Foz, o movimento Figueira a Primeira venceu as eleições para a Câmara Municipal com 12.528 votos (40,39%) e quatro mandatos.
O Partido Socialista – que detém atualmente uma larga maioria de seis mandatos contra três do PSD no executivo municipal – conseguiu igualmente quatro mandatos, respeitantes a 11.909 votos (38,39%), perdendo as eleições por 619 votos e caindo 2.290 votos face a 2017.
Já a candidatura do PSD alcançou o seu pior resultado de sempre na Figueira da Foz, não indo além dos 3.358 votos (10,83%), perdendo mais de metade dos 8.074 votos alcançados há quatro anos e elegendo um vereador
Em declarações à agência Lusa, Pedro Machado, líder da candidatura social-democrata Figueira do Futuro, recusou, para já, comentar o futuro do partido num executivo minoritário de Santana Lopes, fazendo apenas uma declaração sobre o resultado eleitoral.
“O PSD apresentou, do meu ponto de vista, propostas credíveis, o melhor programa, seguramente um conjunto de candidatos também eles competentes e credíveis, mas que não mereceu a confiança e a aceitação que gostaríamos que tivesse do eleitorado da Figueira da Foz”, frisou Pedro Machado.
“Cumpre-nos respeitar o que foi a vontade dos figueirenses e, quanto ao futuro, vamos avaliar e analisar. E tal qual tinha sido já por mim antecipado, é evidente que irei retomar a minha atividade profissional [na presidência do Turismo do Centro] e deixarei para uma próxima avaliação aquilo que vai acontecer em relação à posição do partido na Câmara da Figueira da Foz”, acrescentou.
Nas eleições para a Câmara, a CDU foi a quarta força política mais votada (831 votos, 2,68%), perdendo mais de mil votos face a 2017, seguindo-se o Bloco de Esquerda (2,05% e 637 votos, sensivelmente metade da votação alcançada há quatro anos) e na última posição ficou o CDS-PP, com apenas 1,16% dos votos (361).
Para a Câmara Municipal registaram-se ainda 631 votos brancos (2,03%) e 764 nulos (2,46%).
A abstenção no concelho da Figueira da Foz foi de 43,52%, uma descida face a 2017, quando se situou nos 50,1%.
Apesar de derrotado nas eleições para a Câmara Municipal, e ainda segundo os resultados oficiais do MAI, o PS venceu as eleições para a Assembleia Municipal (AM) da Figueira da Foz com 38,14% (11.827 votos) e 11 mandatos, o mesmo número de mandatos do movimento Figueira a Primeira (35,34%, 10.960 votos).
No entanto, o PS, ao vencer em 11 das 14 Juntas de Freguesia (menos uma do que em 2017) garante, desde já, a maioria absoluta na AM (22 deputados), órgão onde os presidentes de Junta têm assento por inerência.
O movimento Figueira a Primeira terá 13 deputados municipais (11 mais dois presidentes de Junta), o PSD quatro (três mandatos mais um presidente de Junta) e a CDU e Bloco de Esquerda um deputado municipal cada.
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