“Louça Teles” é o tema da exposição de pintura de Carlos de Jesus Garcia que está patente ao público na Biblioteca Municipal de Cantanhede até 31 de agosto.
São mais de 30 trabalhos de acrílico sobre tela em que o autor reproduz algumas peças de cerâmica produzidas na extinta fábrica de louça Teles.
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Conhecido pela sua intensa participação no movimento associativo e atividade de preservação da história e etnografia locais, Carlos Garcia representa fielmente louça usada no serviço das refeições de um tempo antigo e da qual existem apenas alguns exemplares guardados por colecionadores.
Para além da reconstituição dos motivos decorativos dos pratos, travessas, terrinas, puxeiras, bacias e outras peças, a exposição é também um repositório de artefactos usados no quotidiano doméstico de há muitas décadas atrás.
Carlos de Jesus Garcia nasceu em Cantanhede, em 1932, tendo iniciado aos 12 anos a aprendizagem da arte de marceneiro, à qual que se dedicou toda a vida.
A sua vida foi desde muito cedo marcada pelo forte envolvimento em inúmeras atividades socioculturais em Cantanhede. Além do apoio prestado à Comunidade Paroquial da cidade, na Catequese e na Celebração da Palavra, foi colaborador na Rádio Conhecer para Viver e na Rádio Gândara Terra Ridente e esteve inserido em várias sociedades desportivas e culturais, nomeadamente o Clube de Futebol Os Marialvas, a secção de teatro da Sociedade Columbófila de Cantanhede e o Rancho Regional Os Esticadinhos de Cantanhede, ao qual dedicou trinta anos de serviço voluntário, como diretor, músico e encenador.
Fundador do Museu Rural e Etnográfico dos Esticadinhos, em Cantanhede, cujo espólio enriqueceu com a oferta de centenas de peças, Carlos de Jesus Garcia é autor de um filme documentário sobre a Romaria de Nossa Senhora de Vagos e das publicações “Manta de Retalhos”, “Memórias para o Futuro”, “Rancho Regional Os Esticadinhos – 75 anos ao serviço da Cultura” e “Caminhos da Vida”.
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Nos seus tempos livres, Carlos de Jesus Garcia executou vários trabalhos temáticos em painéis em mosaico tipo românico, alguns deles constituídos por mais de 25 mil retalhos de pedrinhas e que estiveram expostos na Biblioteca Municipal de Cantanhede. Como artesão, é também autor de duas dezenas de maquetas de casa santigas de Cantanhede, já desaparecidas, e que estiveram expostas na Expofacic, na Casa dos Bugalhos e na Casa Municipal da Cultura de Cantanhede.
Em maio de 2013, Carlos de Jesus Garcia começou a interessar-se pela pintura,passatempo a que se tem dedicado como autodidata. Realizou a sua primeira exposição de pintura intitulada “Vícios e Perigos”, na Casa dos Bugalhos, em março de 2014, tendo produzido outros trabalhos de pintura de temática variada, desde a arte sacra, até cenas de litoral, nomeadamente de paisagens da Praia da Tocha.
A exposição “Louça Teles” é o resultado do trabalho artístico de Carlos de Jesus Garcia e da reprodução que este fez, em pintura em acrílico, de várias peças de louça produzidas na extinta Fábrica Teles, em Cantanhede e que estiveram patentes na Biblioteca Municipal de Cantanhede, em abril de 2007.
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