Coimbra
Carlos Cortes tece duras críticas aos incentivos a médicos de família
O presidente da Secção Regional da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, considera inaceitável o aliciamento monetário como incentivo para que os Médicos de Família aceitem mais utentes nas suas listas (até 500 utentes) tornando incomportável a gestão adequada da lista de utentes e podendo interferir com a qualidade do serviço prestado.
A medida, que resulta do mais recente diploma aprovado em Conselho de Ministros, “é o resultado da política desastrosa do Ministério da Saúde que não consegue fazer o planeamento das necessidades do País e demonstra que só agora acordou para a gravidade da situação nos cuidados de saúde primários. Estas regras são absurdas pois colocam os médicos a atender mais doentes nas mesmas horas de trabalho”, critica.
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Na opinião de Carlos Cortes, “o Ministério da Saúde pretende fazer em quatro semanas aquilo que não soube fazer em quatro anos, adotando medidas perigosas e manifestamente irrefletidas”. Segundo o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, “não é desta forma que se resolve a falta de médicos de família nas zonas mais carenciadas. Falta uma organização adequada dos recursos humanos. Repudiamos estas medidas avulsas e insensíveis com efeito exclusivamente mediático”, assume Carlos Cortes.
De acordo com o diploma aprovado pelo Governo, os médicos de família que aceitem aumentar as suas listas de utentes vão ser recompensados monetariamente, num montante que oscila entre os 648 e os 741 euros, dependendo do número de utentes que cada médico de família aceite adicionalmente. “Esta decisão do Ministério da Saúde, tomada de forma precipitada, prejudica a qualidade assistencial já que esquece a qualidade em detrimento da quantidade e coloca os médicos numa situação de esforço suplementar já impossível de ser feito”, sublinha. “Esta não é a solução para atribuir médico de família a todos os portugueses”, conclui Carlos Cortes.
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