Política
Carlos Cidade demite-se da concelhia de Coimbra do PS após “negócios de mercearia” nas listas
O presidente da Comissão Política Concelhia do PS de Coimbra, Carlos Cidade, demitiu-se hoje do cargo após “negócios de mercearia” na constituição de listas para deputados às legislativas de janeiro de 2022.
Carlos Cidade, antigo vice-presidente da Câmara nos dois mandatos de Manuel Machado, aparecia em quinto lugar numa primeira lista, que foi chumbada na sexta-feira, sendo substituído, numa segunda, por José Carlos Alexandrino, ex-presidente do Município de Oliveira do Hospital, numa lista que foi então aprovada um dia depois.
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“Considerando os recentes acontecimentos, decorridos da aprovação da lista de candidatos a deputados pelo círculo eleitoral, no quadro das reuniões da Comissão Política da Federação Distrital de Coimbra, onde foi explanada, para comigo, a total falta de apoio de alguns camaradas, nomeadamente de membros da Comissão Política Concelhia de Coimbra e sobretudo de membros do secretariado da mesma, demonstrando a perversidade deste processo, a troca de lugares por autênticos ‘negócios de mercearia’, o que evidencia uma ‘mão invisível’ com remendos, evitando assim, de forma objetiva, a minha integração”, foram os motivos para a demissão, disse hoje Carlos Cidade, numa nota enviada à agência Lusa.
Cidade disse ainda que “foi quebrada a relação de confiança política no seio do secretariado da concelhia, com alguns dos seus membros, condição essencial para o desenvolvimento do trabalho político”.
“Assim, profundamente magoado, apresentei com efeitos imediatos, a minha demissão de presidente da Comissão Política Concelhia de Coimbra, que me muito me honra ter servido e de que muito me orgulho por ter tido a sucessiva confiança dos militantes do PS para a dirigir, o que fiz com empenhamento, dedicação, solidariedade e de forma combativa, sempre na defesa dos interesses do Partido Socialista e de Coimbra”, sintetizou o dirigente.
Cidade, que se mantém como vereador na Câmara de Coimbra, recorda que, “após as eleições autárquicas de 26 de setembro” assumiu, “de imediato”, que “não se recandidataria a novo mandato da presidência da Concelhia de Coimbra, deixando o caminho livre a outros camaradas, a outros protagonistas, aliás, o mesmo aconteceria, como tornara público, caso o PS tivesse vencido as eleições autárquicas”.
“No entanto, o momento exige que a Comissão Política Concelhia, da qual continuo a ser membro, para além da minha responsabilidade como membro da Comissão Nacional do PS, que até ao próximo ato eleitoral interno, exerça as suas funções políticas e estatutárias na plenitude, no âmbito da coordenação da pré-campanha e campanha eleitoral das legislativas no concelho de Coimbra, no apoio aos autarcas socialistas na Câmara Municipal, Assembleia Municipal e Juntas de Freguesia e de Uniões de Freguesia, quer no poder, quer na oposição, assim como o trabalho de ligação permanente às secções de residência do PS e aos seus militantes, razão de ser do PS”, explicou ainda Cidade, que falou ainda em “mudanças opostas” dos seus camaradas na constituição das listas.
“Neste quadro e nos termos do n.º 5 do art.º 24.º dos Estatutos do PS, deve presidir à Comissão Política Concelhia e havendo vacatura do cargo, o elemento n.º 2 da lista que foi apresentada a sufrágio dos militantes, no caso, a camarada Rosa Isabel Cruz. Solicito ainda o maior empenhamento nesta fase importante das legislativas 2022, que o funcionamento dos órgãos políticos não sejam colocados em causa, colaborando com quem assumirá a presidência da Comissão Política Concelhia, o seu secretariado, a mesa da Comissão Política e a própria Comissão Política Concelhia, pois todos somos necessários para este combate político”.
Marta Temido, ministra da Saúde, Pedro Coimbra, Tiago Estêvão Martins e Raquel Ferreira compõem a lista dos primeiros quatro elementos da lista do PS pelo círculo de Coimbra.
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