No dia em que os cristãos celebram o nascimento de Jesus Cristo, Manuel Clemente lembrou que a notícia, na época, trouxe uma nota de contraste “algo dramática até” porque por falta de “hospedaria”, acabou por ser deitado numa manjedoura.
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“Não teve lugar na hospedaria: aconteceu com ele, como continua a acontecer com muitos. Nas sociedades que integramos e nas cidades que habitamos continua a não haver ‘hospedaria’ para todos”, disse o cardeal patriarca, adiantando que “por razões económicas ou outras que se acrescentam, continuam a faltar condições para que todos possam nascer e crescer, como para viver o seu percurso natural completo, com o envolvimento solidário que merecem”.
O envolvimento solidário de que fala Manuel Clemente prende-se com saúde, trabalho, repouso e habitação condignas, assim como “respeito e companhia”.
“Significa ninguém ficar de fora dum mundo de todos para todos”, salientou.
O cardeal patriarca de Lisboa exortou os cristãos a proporcionarem nos dias de hoje a “hospedaria” em que Jesus não teve lugar ao nascer.
“Os cristãos acreditam que Jesus continua a alargar o seu Natal em cada ser humano com quem se identifica. Muita desta crença tornou-se convicção generalizada, reforçando a dignidade humana e os seus direitos, como há setenta anos se proclamaram em declaração universal”, disse Manuel Clemente.
Na sua tradicional mensagem de Natal, Manuel Clemente desejou que o “espírito de Natal” chegue a todos os que por ele anseiam e lhes preencha as carências que tenham.