Região

Cantanhede discorda de estudo do SNS em defesa da integração de hospitais no CHUC

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 10-04-2023

A Câmara Municipal de Cantanhede não concorda com o teor do estudo de viabilidade da integração do hospital da cidade e do Centro de Medicina Física e Reabilitação, na Tocha, no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

Em resposta ao estudo apresentado pela direção do Serviço Nacional de Saúde (SNS), o município defende que a integração do Hospital Arcebispo João Crisóstomo (HAJC), na cidade de Cantanhede, e do Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro Rovisco Pais (CMRRC), na vila da Tocha (concelho de Cantanhede), no CHUC, não acautela uma “resposta qualificada na prestação de cuidados de saúde” e reafirma o seu desagrado por não ter sido “envolvido e auscultado em devido tempo neste processo”, afirma a Câmara de Cantanhede, numa nota de imprensa enviada à agência Lusa.

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Após a análise e discussão deste estudo, em reunião extraordinária da Câmara, o executivo municipal aprovou, por unanimidade, apresentar um conjunto de propostas que garantam não apenas uma resposta efetiva na prestação de cuidados de saúde à população, mas também a valorização das unidades de saúde de Cantanhede e Tocha.

“Nenhum dos dois cenários garante, nem de perto nem de longe, a implementação das condições que o município de Cantanhede preconiza para o funcionamento do Hospital Arcebispo João Crisóstomo e do Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro – Rovisco Pais, no sentido de se promover uma efetiva valorização dos respetivos serviços, que lhes permitam assegurar a prestação de cuidados de saúde qualificados e em tempo útil aos cidadãos, no âmbito da vocação que cada um deles em matéria da assistência e tratamento clínico”, afirma, citada na mesma nota, a presidente da Câmara de Cantanhede, Helena Teodósio.

De acordo com a autarquia, os cenários apresentados pela tutela apontam em dois sentidos – uma proposta base das unidades, mantendo a atividade individual inalterada e uma proposta de fusão das unidades que considera a otimização de atividade assistencial de acordo com o perfil e potencial de cada uma delas.

O executivo “estranha” que apenas estes dois modelos de gestão sejam equacionados no estudo e na resposta à Direção Executiva do SNS e considera “incompreensível” que, tendo em conta os indicadores apresentados nos dois cenários e em nome da eficácia de gestão, não tenha sido considerado o cenário de transformação das duas unidades de saúde em entidades públicas empresariais (EPE), com a necessária autonomia administrativa e financeira, “até porque a gestão de ambas tem apresentado resultados positivos”.

A Câmara de Cantanhede, no distrito de Coimbra, não aceita que não seja garantida, à partida, no HAJC, um serviço de resposta para situações agudas não programadas e a reabertura das urgências/consulta aberta, conforme compromisso assumido no protocolo celebrado em 2007, entre o município de Cantanhede e o Ministério da Saúde, rejeitando que a “existência de tal resposta esteja condicionada aos poderes do conselho de administração do CHUC, no âmbito da autonomia de gestão”.

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O documento aprovado na reunião sugere que o “número de camas a reativar no internamento de Medicina Interna do Hospital de Cantanhede, passe de sete – conforme preconiza o estudo -, para um mínimo de 20 camas, bem como o reforço da capacidade de resposta ao nível da cirurgia de ambulatório, nas diferentes especialidades, da consulta externa, meios complementares de diagnóstico e terapêutica e hospital de dia”.

Relativamente ao CMRCC é proposto o “reforço da sua posição enquanto unidade de referência nacional na área da Medicina Física e de Reabilitação, potenciando o seu crescimento e dinamização da sua atividade”.

A autarquia sublinha ainda ser “necessário e urgente” um conjunto de investimentos para a revitalização da atividade assistencial e requalificação dos edifícios do HAJC e do CMRCC, alertando que a sua concretização não está dependente do Orçamento de Estado, mas de programas comunitários, “cuja concretização pode não acontecer”.

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