Portugal
Candidatura de Vila Real a Capital Europeia da Cultura 2027 quer “mover” montanhas
Vila Real submeteu hoje a candidatura a Capital Europeia da Cultura 2027 que tem como mote “Movemos Montanhas”, quer mostrar a resiliência das gentes locais e unir todo o território do Douro, anunciou o município.
“Hoje é um dia duplamente feliz porque Vila Real está a submeter esta candidatura e porque o país também está junto pela cultura”, afirmou à agência Lusa a vereadora do pelouro da Cultura, Mara Minhava.
São 12 as cidades portuguesas na corrida a Capital Europeia da Cultura 2027, desde Vila Real a Braga, Aveiro, Coimbra, Guarda, Leiria, Oeiras, Évora, Faro, Funchal e Ponta Delgada. As candidaturas têm de ser submetidas até hoje.
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No município transmontano, a candidatura começou por destacar o slogan “Real d’aspecto e de graça”, expressão retirada do hino de Vila Real, para envolver toda a comunidade local.
Agora, no logótipo desenhado especificamente para este efeito assume também o mote “Movemos Montanhas”.
“É mesmo isso, somos pessoas de raízes fortes, da urze, e nós pegamos naquilo que Vila Real tem de melhor e quisemos mostrar isso à Europa. ‘Movemos Montanhas’ mostra a nossa força, a nossa resiliência, mostra a nossa vontade de ousar. Ao fazermos esta candidatura é uma forma de demonstrarmos que ousamos fazer algo diferente, algo diferenciador”, salientou Mara Minhava.
A responsável referiu ainda que esta é uma candidatura “de união” de todo o território onde existem três patrimónios mundiais da UNESCO – O Douro, o Côa e o barro negro de Bisalhães – e que conta com o “apoio incondicional” da Comunidade Intermunicipal (CIM) Douro, que agrega 19 municípios.
Este é um projeto, acrescentou, que envolve Vila Real e todos os concelhos da região, bem como “a sua arquitetura, o seu património e gastronomia e a sua natureza”.
E, se a cidade não sair vencedora neste processo, Mara Minhava disse que Vila Real fica com um “plano estratégico para a cultura para a próxima década”.
“Ficamos com um planeamento para a cultura a 10 anos e isso não tem preço. A mais-valia que tem este trabalho é nós conseguimos ter definidas todas as linhas estratégicas e de orientação na cultura e a cultura é transversal às diferentes áreas”, salientou.
Para assinalar simbolicamente a entrega formal da candidatura é também inaugurada esta noite, na câmara, a instalação “O grande pano: um quotidiano feito de linho”, da autoria da artista Ana Pérez-Quiroga.
A instalação é constituída por 12 longos panos de linho que caem suspensos no átrio do edifício e por uma grande mesa de madeira na qual estão colocados 29 conjuntos de panos de linho, concretamente linho semeado e tecido em Agarez, homenageando todas as mulheres que trabalham com as suas mãos e com o seu “coração” o linho.
“É uma peça que retrata o trabalho árduo da mulher que sempre trabalhou o linho, que retrata o trabalho de toda a região e é uma nova visão do linho. Deu-se um ressignificado ao linho, mais contemporâneo, ou seja, olhamos para o linho de uma forma mais moderna”, afirmou Mara Minhava.
O cultivo do linho é algo que está a entrar em “vias de extinção” e, segundo a autarca, “pegar nesta vertente é uma forma de olhar com mais cuidado e atenção para esta arte”.
Depois, na quinta-feira à noite, numa sessão aberta à comunidade, vai ser apresentado todo o trabalho feito pela Câmara de Vila Real para a cidade ser Capital Europeia da Cultura.
Depois da avaliação por um júri internacional, em 2022 vão ser escolhidas as cidades que avançam para a fase seguinte do processo de seleção da Capital Europeia da Cultura 2027.
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