A Associação Geopark Estrela espera concluir até junho o dossier da candidatura da Serra da Estrela a Reserva da Biosfera da UNESCO, que está a ser coordenado por Helena Freitas, professora da Universidade de Coimbra.
“O resultado da avaliação pela UNESCO será conhecido em 2026. Esperamos que, a partir do próximo ano, a Serra da Estrela passe a integrar a lista mundial de Reservas da Biosfera, contribuindo deste modo para a afirmação do valor desta montanha enquanto ecossistema de excelência e para uma estratégia de sustentabilidade futura”, espera Flávio Massano, presidente do Geopark Estrela, citado num comunicado enviado à agência Lusa.
Segundo o também presidente da Câmara de Manteigas, esta será “uma oportunidade para trabalhar os recursos naturais da Serra da Estrela, transformando-os em vetores estratégicos para o desenvolvimento do território e de novas políticas públicas assentes nos serviços dos ecossistemas” locais.
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Se a classificação for validada, a Serra da Estrela será a maior Reserva da Biosfera continental inteiramente portuguesa, realça o responsável, adiantando que a candidatura está a contar com a colaboração do Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra.
O processo foi iniciado no ano passado pela Associação Geopark Estrela, entidade cogestora da Comissão de Cogestão do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE).
De acordo com os promotores, a candidatura é uma das medidas do Plano de Cogestão do PNSE, aprovado em novembro de 2024, após um período de consulta pública, e vai incluir os seis municípios que integram esta área protegida: Celorico da Beira, Covilhã, Gouveia, Guarda, Manteigas e Seia.
A futura Estrela Reserva da Biosfera da UNESCO – como se vai designar – tem uma área de 2.373 quilómetros quadrados e uma população de aproximadamente 130 mil habitantes.
Dividida em três áreas de zonamento (Núcleo, Tampão e Transição), a Reserva será “um garante da conservação dos maiores valores naturais, já protegidos pelo Plano de Ordenamento do PNSE, mas também da promoção dos valores culturais e das dinâmicas socioeconómicas que garantam o desenvolvimento deste território, que se quer vivo e próspero”.
Além disso, a proposta em desenvolvimento será “a primeira a conter uma avaliação do valor dos Serviços dos Ecossistemas, em sede de candidatura, o que reforça o seu caráter inovador”, realça o Geopark Estrela.
A associação, sediada em Manteigas, lembra que a Serra da Estrela é Geopark Mundial da UNESCO desde julho de 2020 e que a possível classificação como Reserva da Biosfera será “um relevante instrumento de preservação do património natural, com especial ênfase para a biodiversidade, mas também de valorização das comunidades e do desenvolvimento do território”.
“As Reservas da Biosfera são territórios comprometidos com a sustentabilidade, valorizam a conservação das paisagens e dos ecossistemas para o desenvolvimento social, económico, cultural e ecológico, atuando como plataformas de investigação, monitorização, educação e sensibilização”, acrescenta a associação Geopark Estrela.
São territórios que representam “modelos singulares e relevantes no panorama global das estratégias de proteção, gestão e utilização dos recursos naturais e da biodiversidade”.
A sua criação assenta no princípio de que “a conservação dos valores naturais é hoje indissociável da presença humana, do desenvolvimento sustentável e da prosperidade económica das populações”.
A candidatura está a ser liderada pela Associação Geopark Estrela, gestora da designação Geopark Mundial da UNESCO, o que, segundo os promotores, permitirá “uma otimização de recursos humanos, técnicos e financeiros, indo ao encontro das boas práticas defendidas pela UNESCO” nesta área.
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