Política
Candidata à liderança da Iniciativa Liberal não quer que o partido seja “PSD 2”
Com o objetivo de chegar a terceira força política, Carla Castro não quer que a IL seja um “PSD 2” e recusa os “vícios de outros partidos”, considerando que o primeiro-ministro reconhece que a “verdadeira oposição virá” dos liberais.
A deputada e dirigente Carla Castro disputa no próximo fim de semana a liderança da IL com o também deputado e dirigente Rui Rocha e o conselheiro nacional José Cardoso, uma convenção eletiva antecipada em Lisboa na qual será escolhido quem irá suceder a João Cotrim Figueiredo.
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“Sinceramente, para um PSD 2 não vale a pena. Se nós estivermos com vícios de outros partidos, se tivermos com outras lógicas partidárias, eu não vim cá para isso. A esmagadora maioria dos membros que eu conheço não vieram cá para isso. Para isso já estão cá outros partidos, nós somos diferentes”, enfatiza, considerando que “ninguém deve estar aqui por questões pessoais, por guerras pessoais, por temas internos”.
Sobre a forma como o primeiro-ministro se tem dirigido aos liberais, a candidata a líder vê um “reconhecimento de que a oposição pode vir da Iniciativa Liberal”.
“São as políticas liberais que representam prosperidade e é a prosperidade que se opõe à estagnação em que nos colocou. Porque no lamaçal colocou-nos estes governo e a geringonça”, critica, considerando que as políticas liberais são “a maior ameaça” a António Costa, que, considera, se refere à IL de forma “bastante desadequada”.
Defendendo estar “claríssimo quais são as linhas vermelhas” do partido, o foco da candidata é a forma como vai conquistar votos uma vez que o seu objetivo traçado na moção é que a IL seja a terceira força política (atualmente é a quarta força política, com oito deputados).
“Ser a terceira força ou ter um determinado número não acho que seja um desígnio, é o merecimento de um trabalho. Nós devemos ter votos não porque outros são maus, mas porque nós somos bons e representamos um valor acrescentado”, defende, referindo que a IL tem que decidir se quer “ser um partido de protesto ou um partido de Governo”.
Para Carla Castro, é preciso “falar mais de liberalismo num país que é pouco liberal”, criticando o facto de o partido não expor e apresentar as ideias liberais como deveria.
Sublinhando que “há mais vida para além do parlamento” e que por isso o partido não se esgota nessa representação, Carla Castro deixa claro que não validará a integração em soluções com o Chega.
“Uma solução do tipo dos Açores não é uma situação de acordo o Chega e foi uma boa decisão. Nada a apontar em relação à situação dos Açores”, enfatiza.
Quanto aos objetivos eleitorais concretos, a liberal defende que serem “as eleições daqui a seis meses, daqui a dois anos ou em quatro anos são números completamente diferentes”.
“Portanto, o que é importante agora é crescer, consolidar, robustecer, ganhar o eleitorado, colocar as nossas propostas cá fora, sabermos chegar os eleitores. Sabermos explicar as nossas propostas de saúde, de educação, o que é isso da competitividade, do crescimento, porque é que o liberalismo é o melhor amigo do elevador social”, enfatiza.
O objetivo de ser a terceira força política, de acordo com Carla Castro, “não é o poder pelo poder”, mas sim que “as políticas liberais tenham influência para melhorar Portugal”.
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