A aquisição de 18 terrenos, no valor global de 230 mil euros, permitiu ampliar o campo arqueológico do Museu Nacional de Conímbriga em mais dois hectares, revelou hoje o presidente da Museus e Monumentos de Portugal (MMP).
“É um dia muito importante para o Museu Nacional de Conímbriga e para todos nós. Celebramos a aquisição de 18 parcelas de terrenos, que compreendem uma área total de dois hectares e que permitirão dar continuidade à prospeção arqueológica desta importante cidade romana”, destacou Alexandre Nobre Pais.
Durante a cerimónia de apresentação da aquisição destes terrenos, que permitem a expansão do campo arqueológico, o presidente da MMP afirmou que o Museu Nacional de Conímbriga “pode hoje perspetivar um novo projeto de investigação e musealização“.
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“A futura exposição pública de um património monumental e de artefactos, que se prevê que venham a ser encontrados no novo perímetro de prospeção arqueológica, é agora possibilitada pela aquisição de parcelas contíguas ao atual perímetro arqueológico”, acrescentou.
De acordo com Alexandre Nobre Pais, muitos desses artefactos, depois de restaurados e devidamente analisados, irão ser integrados no “riquíssimo espólio deste museu, de referência nacional e internacional”.
“Irão promover o interesse de outros museus especializados em arqueologia ou com importantes espólios arqueológicos, estimulando empréstimos, ações conjuntas de investigação e divulgação”, sustentou.
Ao longo da sua intervenção, o presidente da MMP evidenciou que, até ao momento, apenas se escavou 14% da área total da estação arqueológica de Conímbriga e que estas aquisições permitem “acrescentar valor patrimonial à visita e à região”.
“O futuro deste parque arqueológico é promissor, crescendo em espaço, cresce por certo em numero de visitantes”, referiu, indicando ainda que em 2024 foram contabilizadas mais de 135 mil visitas, mais 97 mil do que em 2023.
Para o diretor do Museu Nacional de Conímbriga, Vítor Dias, a aquisição destas parcelas, que permitiu passar de 20 hectares para 22, representa “uma oportunidade única”.
“É um momento histórico. Até há alguns meses, isto era considerado impossível”, frisou.
Vítor Dias aproveitou ainda para partilhar alguns sonhos, nomeadamente o da conservação da muralha com 20 séculos e a salvaguarda do aqueduto, bem como a concretização de um miradouro cultural.
A Museus e Monumentos de Portugal formalizou esta semana a aquisição 18 terrenos/imóveis para a expansão do campo arqueológico do Museu Nacional de Conímbriga, concluindo um processo que permitirá “potenciar um património monumental e de investigação com valor histórico-arqueológico e turístico sem rival no ocidente da Lusitânia”.
As parcelas dividem-se por várias zonas próximas ou contíguas ao espaço do Museu, incluindo a área onde se localiza aquele que é o anfiteatro romano com maior potencial patrimonial localizado em território português (apenas cinco destes edifícios de espetáculos estão identificados no território da Lusitânia romana).
Quase 100 anos depois da aquisição a privados dos primeiros terrenos que viriam a estar na origem do Museu Monográfico de Conímbriga, inaugurado em 1962, a MMP cumpre uma ambição que teve como grande precursor o primeiro diretor do Museu, João Manuel Bairrão Oleiro.
Com esta ampliação é possível “alargar o trabalho de escavação arqueológica a novas e promissoras áreas da antiga cidade, o que representa uma conquista estruturante para a historiografia do Museu e do sítio arqueológico”.
O Museu Nacional de Conímbriga, inaugurado em 1962 como Museu Monográfico de Conímbriga e elevado a Museu Nacional em 2017, integra as ruínas da cidade antiga de Conímbriga, combinando a área escavada, a reserva arqueológica e o espaço expositivo.
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