Educação
Camping Prof Dona Maria 2013
Um grupo de professores que está a organizar um boicote à Prova de Avaliação de Capacidades e Conhecimentos (PACC), que o Ministério da Educação decidiu aplicar aos professores contratados, promete montar um acampamento na terça-feira, em Coimbra.
O local escolhido é a área em frente à Escola Infanta Dona Maria e o objetivo “preparar o cerco e boicote à prova”, marcada para o dia seguinte, disse hoje à agência Lusa André Pestana, dinamizador da iniciativa.
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A prova vai ser aplicada aos professores contratados com menos de cinco anos de serviço e é encarada pelos docentes como “uma humilhação” e uma forma de os retirar do sistema.
Segundo André Pestana, professor de Biologia desempregado, estão neste momento envolvidas nesta iniciativa 17 cidades.
“Estamos a atuar em largas dezenas de escolas para sensibilizar os professores, os pais e os funcionários”, afirmou.
Além do designado movimento de “Boicote&Cerco” à prova, um grupo de professores contratados, que protagonizou no início da legislatura a ocupação por um dia e uma noite do Ministério da Educação, está também a apelar para que toda a comunidade educativa se apresente nas escolas em que serão realizadas as provas, como sinal de solidariedade.
Miguel Reis e Belandina Vaz estiveram entre os porta-vozes desse movimento, tendo agora lançado um manifesto subscrito por intelectuais e artistas em defesa da causa dos professores.
Os escritores José Luís Peixoto, Jacinto Lucas Pires e Luísa Costa Gomes, a par do cantor José Mário Branco e do cineasta João Salaviza, estão entre os subscritores.
“Os professores devem recusar qualquer serviço relacionado com a prova e renunciar à vigilância dos seus colegas”, lê-se no texto que divulgaram à comunicação social.
Os professores apelam para “a solidariedade de todas as pessoas”, no sentido de comparecerem na quarta-feira frente às escolas.
São igualmente subscritores do documento o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira e o professor Paulo Guinote, que tem um espaço dedicado à educação na Internet.
Estão inscritos para a prova 13.498 docentes, segundo dados do Instituto de Avaliação Educativa (IAVE).
O exame vai decorrer em 113 escolas. Começa às 10:30 e tem a duração de duas horas.
A prova é vista no setor privado como algo comum e necessário.
“Tem de haver um qualquer modo de seleção dos trabalhadores e de seriação no momento do recrutamento”, defendeu, em declarações à agência Lusa, o diretor da Associação dos Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo (AEEP), Rodrigo Queiroz e Melo.
“É algo que o ensino particular e cooperativo sempre teve e o Estado também deve fazer. Não tem a ver com a formação inicial”, declarou, acrescentando que há muitos diferentes e que é importante para qualquer recrutador ter “instrumentos de seleção”.
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