Cinema
Caminhos promoveram encontro de gerações
Segunda-feira trouxe aos Caminhos do Cinema Português as gargalhadas e as tropelias do público mais novo. O início dos Caminhos Juniores foi marcado pela curta “Chocolatando”, uma animação elaborada por estudantes do 8.ºano, coordenados por Lorenzo Degl’ Innocenti e Vitor Estudante.
A adoração pelo chocolate ganhou vida e quase já se sentia o seu sabor. Nas palavras de Anabela Barquinha, assistente operacional do Jardim de Infância de Larça, “o festival é uma boa iniciativa para dar a conhecer o que fazemos cá e sobretudo dá-lo a conhecer às crianças”.
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Contrastando, a sessão das 17:30 foi dedicada aos Caminhos Seniores, exibindo os documentários “Coisa de Alguém” de Susanne Malorny e “Alentejo, Alentejo” de Sérgio Trefaut, que tomaram lugar no Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV).
“Coisa de Alguém”, da autoria de Susanne Malorny, é uma curta-metragem filmada na Secção de Achados da PSP dos Olivais, em Lisboa. Num breve discurso de introdução à curta, a realizadora resumiu-a como sendo um retrato do que acontece “com coisas do quotidiano que perdemos e gostamos de encontrar”.
Ao som de “Grândola, Vila Morena”, de Zeca Afonso, “Alentejo, Alentejo” leva-nos a recuar no tempo e a conhecer, durante pouco mais de hora e meia, as modas, os costumes, as memórias e a gastronomia alentejanas.
O documentário de Sérgio Tréfaut é também um retrato, na primeira pessoa. Relembra-se a agricultura e as práticas que se foram perdendo, o perigoso trabalho dos mineiros das Minas de Aljustrel, a fome que se passava mas, sobretudo, os tempos difíceis mas felizes, “que já lá vão”.
Às 22:00 foram apresentadas as curtas “Fado na Noite” de Fernando Relvas e “Triângulo Dourado” de Miguel Clara Vasconcelos e o documentário “I Love Kuduro” de Mário Patrocínio, no TAGV. No final da sessão foi dado lugar à Master Session, um debate sobre “Documentar Portugal e o Mundo”, moderado por Elizabete Agostinho e com a presença de Jorge Pelicano, Miguel Clara Vasconcelos, Susanne Malorny e Pedro Patrocínio.
Durante a Master Session, Jorge Pelicano, realizador de “Pára-me de Repente o Pensamento”, declara que “documentar é, acima de tudo, contar histórias”. Numa reflexão sobre o género cinematográfico documental, Miguel Clara Vasconcelos assegura que “o segredo para um bom documentário é saber escutar antes de querer dizer” e que está sempre implícita a visão do realizador sobre a obra produzida já que “se o documentário não tiver o nosso olhar não estamos a fazer um documentário mas uma reportagem”.
No que toca à naturalidade com que a realização do documentário vai fluindo, Susanne Malorny, realizadora de “Coisa de Alguém”, afirma que “nunca tive um guião”; Pedro Patrocínio, director de fotografia de “I Love Kuduro”, diz que “a nossa premissa foi a espontaneidade”.
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