Coimbra
Camarada da CGTP diz que avaliação da ‘troika’ será sucesso para Governo e para 25 famílias mais ricas
O secretário-geral da CGTP afirmou hoje, em Coimbra, que o resultado da 11.ª avaliação regular do programa de resgate português será “um sucesso para o Governo, a ‘troika’ e as 25 famílias mais ricas de Portugal”.
O programa de resgate financeiro do país levou “a um aumento do desemprego, à falta de proteção laboral, à emigração” e “à destruição da produção”, o que deixou “o povo martirizado”, criticou Arménio Carlos, à margem da marcha de protesto da CGTP, em Coimbra, que decorreu a meio da tarde de hoje.
Os membros da ‘troika’ (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu) chegaram a Lisboa na semana passada para realizarem a 11.ª avaliação regular ao Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF), a penúltima do atual resgate financeiro do país, cujos resultados serão apresentados hoje pelo Governo.
Sobre os dados revelados hoje pelo gabinete oficial de estatísticas da União Europeia – manutenção da taxa de desemprego nos 15,3% em janeiro, face a dezembro de 2013 -, Arménio Carlos considerou que estes mostram “que o Governo não pode ter futuro”.
O dirigente afirmou que os dados do Eurostat “mostram que o desemprego não está a cair”, recordando que “há menos pessoas no ativo”.
“As pessoas que recebem o RSI ou que estão a fazer programas de formação não são contabilizadas” para a taxa de desemprego, disse Arménio Carlos.
O secretário-geral da CGTP criticou ainda “os contratos emprego-inserção em centros de saúde, escolas e instituições de solidariedade social”, que, a seu ver, “são uma vigarice e uma batota”, em que se “exploram os desempregados” em postos de trabalho permanentes durante um ano, “para depois voltarem para o desemprego”.
Estes contratos “servem para se limpar estatísticas”, salientou.
Segundo Arménio Carlos, “a política de austeridade vai continuar” depois do fim do programa de assistência económica e financeira, considerando que os cortes perspetivados para 2015 irão “afetar salários, pensões, saúde e educação”.
O país “está estagnado” e para “se criar emprego, a economia tem de crescer pelo menos 2,5%, quando está previsto crescer 0,4%” em 2014, frisou o secretário-geral da CGTP.
A CGTP vai organizar uma semana de protesto, de 08 a 15 de março, que quer envolver trabalhadores do setor público e privado e que pretende “intensificar a luta” contra Governo e ‘troika’.
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