Câmaras
Câmara quer dar Cartola a concorrente controlado por sociedade do Belize
“Se a renda passou a ser três ou quatro vezes superior à anterior e a mais antiga não era anormalmente baixa, então houve má avaliação pela empresa concessionária”. A análise é do atual Presidente da Câmara Municipal, Manuel Machado. No mesmo sentido é a posição de António Baião, do Sindicato de Hotelaria do Centro: “Era uma proposta exagerada e impraticável”. Declarações ao Observador sobre o Cartola.
Quem não concorda com o Presidente da Câmara Municipal de Coimbra e com o dirigente do Sindicato é o júri que analisou as candidaturas para a concessão do espaço da Praça da República, que voltou a optar pela proposta do concorrente que oferece o valor mais elevado, montante que se aproxima do que o anterior concessionário não conseguiu pagar pelo espaço encerrado desde o dia de Carnaval.
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Serve este enquadramento para anunciar que Noticias de Coimbra sabe que o trio de jurados constituído por António Martins, Ana Malho e Dora Santana deliberou classificar em 1º lugar o concorrente que apresentou uma oferta de 13 569, 99€/mês+ IVA, valor próximo dos 15 000, 00€ apresentados pelo anterior concessionário do Cartola, preço considerado exagerado por autarcas, sindicato, empresários e profissionais do sector.
Recordamos que, ao contrário do que acontecia no procedimento concursal promovido pelo anterior poder local, o processo desenvolvido pelo actual presidente da câmara permitia que o júri não optasse pela proposta financeira mais elevada, pois agora o factor preço tem uma ponderação de 70%, sendo também classificada a variedade e qualidade dos produtos prestados, que vale 20% e a qualidade e originalidade do conceito, que tem um valor de 10%, pelo que o concorrente que oferecia mais dinheiro podia não ser o indicado pelo júri ao executivo da Câmara Municipal de Coimbra, que terá de dizer se concorda ou não com a classificação apresentada.
Caso a CMC acate a deliberação dos seus 3 funcionários, o espaço onde funcionou o Cartola deve ser entregue à Vozes Famosas, que no concurso que foi anulado também tinha sido a concorrente com a proposta financeira mais alta, tendo “subido a parada” de 12 000,00€ para 13 569, 99€.
A Vozes Famosas é uma empresa com sede em Cantanhede. Tal como o anterior concessionário GoodVibes, não tem muitos anos de experiência na área. Fundada em agosto de 2012, já conheceu diversas gerências e sócios. Actualmente, 3960 Euros dos 4 ooo do seu capital social são detidos por uma entidade designada New Horizont Dimension, com sede no famoso paraíso offshore que dá pelo nome de Belize. O único gerente da sociedade é Hélder da Silva Neves.
A Vozes Famosas tem um restaurante com o mesmo nome em Portunhos. Esta sociedade adquiriu a universalidade do Teatrix, que transformou em Twiit, mas na altura de entrega de novas propostas para o Cartola criou a Twiit Entertainement, entidade que passou a facturar no espaço da Sá da Bandeira e que é detida por Hélder, pela esposa e uma sua sociedade unipessoal.
Recordamos que a CMC aceitava propostas a partir de 1 500, 00 Euros, mas as que foram recebidas na 8 de Maio indicaram valores bem menos menos modestos: Vozes Famosas: 13 569, 99€, Fantástico Veloz: 13 000,00€, Port Of King: 12 000,00, Receita Integral: 8 888,90€, Marques & Conceição: 8 888, 88€, PIB: 9 150,00€, Antunes e Coroa: 7000, 00€, BE – Cidade Desperta: 5 850,00€.
No concurso anulado tinham estado 15 empresas, com as seguintes propostas: Vozes Famosas: 12 000.oo Euros, Marques & Conceição: 8 888.88, Leoval: 8 500.00, Requintobrigatório: 8 300.oo, Adérito Fernandes & Marques: 8 000.oo, Phrases in blues: 7 150.oo, Números Boémios: 6 750.oo, R.C. Sanches: 6 250.oo, Paulo Anes: 5511.00, Pais Correia: 5274.oo, Oliveira & Rosas: 5 050.00, Cidade Desperta:4 850.00, Turismor: 4102.50, Ana Sara e Pedro Alexandre: 4 000.00 e Iguarias Sábias: 3 500.00.
Regista-se assim que Leoval, Adérito Fernandes & Marques, Números Boémios, R.C Sanches, Paulo Anes, Pais Correia, Oliveira & Rosas, Turismor, Ana Sara e Iguarias Sábias desistiram de ir a esta “segunda volta”.
Já a RequinteObrigatório, que, segundo o parecer do jurista da Câmara Municipal de Coimbra que levou à anulação do anterior concurso, tinha direito a ficar em primeiro lugar, depois da exclusão da Vozes Famosas, por apresentar proposta fora de prazo, informa-nos que “não desistiu de nada e exactamente por não ter desistido é que não concorreu, tendo entregue o o caso aos seus advogados que contestaram em Tribunal a decisão do município”. “Concorrer a este concurso era aceitar as “vigarices” do anterior e isso não aceito”, declarou o gerente João Francisco Campos.
Resta esperar pela decisão do executivo municipal para se saber quem vai ficar com concessão do já saudoso Cartola, espaço que Manuel Machado desejava ter aberto antes da Queima das Fitas de 2014, o que não conseguiu, mas como não é homem para desistir, continua a acreditar, pois recentemente declarou ao Observador que só se houver uma hecatombe é que não está aberto antes de Janeiro de 2015.
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