Coimbra
Câmara “estuda” nova localização do Centro de Arte Contemporânea de Coimbra
A Câmara Municipal (CM) de Coimbra debateu, na reunião de Câmara de hoje, uma proposta de estudo prévio para o novo Centro de Arte Contemporânea de Coimbra (CACC). O projeto propõe a requalificação da área norte da rua Olímpio Nicolau Rui Fernandes, na sua extensão total, com a atribuição de um completo programa dedicado à cultura e à educação, no qual se inserem a requalificação dos antigos edifícios do Mosteiro de Santa Cruz, estando ainda prevista a execução de um jardim/parque de esculturas e a transferência da escola Jaime Cortesão para os edifícios da Manutenção Militar, atribuindo-lhe uma vocação artística em estreita relação com o CACC e restantes equipamentos culturais existentes nesta zona.
O executivo municipal apresentou hoje a proposta de estudo prévio para o novo CACC, no qual se inserem a requalificação dos antigos edifícios do Mosteiro de Santa Cruz, e que surgiu na sequência de um projeto que envolveu o Município e o Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra. O projeto que foi apresentado pelo arquiteto João Mendes Ribeiro na Reunião de Câmara de hoje teve um consenso unânime do Executivo e vai ser agora trabalhado com as respetivas entidades.
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De 29 de janeiro a 9 de abril deste ano, a Sala da Cidade apresentou a exposição Projetos para o Mosteiro, realizada pelo Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra em colaboração com o Município, criada a partir de um projeto de investigação financiado pela FCT e que contou também com a apresentação de projetos de alunos finalistas do Departamento de Arquitetura da Universidade, coordenados pelo arquiteto João Mendes Ribeiro, para a instalação de um núcleo museológico e interpretativo no Mosteiro de Santa Cruz e área envolvente. De entre os projetos apresentados, mereceu especial atenção o que propunha a reconstrução da antiga Torre dos Sinos, demolida em 1935 e que continua a marcar a memória coletiva da cidade. “Este foi o projeto inspirador para a proposta que agora se apresenta e que contou com os contributos do coordenador dos projetos apresentados, Arquiteto João Mendes Ribeiro, desafiado a concretizar o estudo prévio”, pode ler-se na proposta aprovada na Reunião de hoje.
“Reconhecendo a importância da abordagem da paisagem histórica urbana como meio inovador para preservar o património e gerir as cidades históricas”, o novo projeto aposta na reabilitação e na reinterpretação de toda a área norte do conjunto do Mosteiro de Santa Cruz do período dos sécs. XVII e XVIII, contribuindo para a recuperação do estado de desagregação em que estas antigas dependências monásticas se encontram. A proposta apresenta, assim, a requalificação da área norte da rua Olímpio Nicolau Rui Fernandes, na sua extensão total, com a atribuição de um extenso programa dedicado à cultura e à educação.
As intervenções contempladas neste plano consistem em: “requalificação do antigo celeiro do séc. XVII do Mosteiro de Santa Cruz (atual edifício da PSP) e da antiga enfermaria e dormitório dos séc. XVII-XVIII (atual escola Jaime Cortesão); recriação da Torre dos Sinos do séc. XVII do Mosteiro de Santa Cruz; execução de um jardim/parque de esculturas em substituição das construções de baixa qualidade que se desenvolvem em patamares na escola Jaime Cortesão; e transferência da escola para os edifícios da Manutenção Militar, atribuindo-lhe uma vocação artística em estreita relação com o CACC e demais equipamentos culturais existentes nesta zona”.
Como denota a informação, esta intervenção reflete as recomendações da UNESCO sobre o novo conceito de Paisagem Histórica Urbana e que tem vindo a ser adotada por várias cidades europeias onde os Centros Históricos têm uma forte presença.
“O novo Centro de Arte Contemporânea deverá constituir-se num elemento estruturante, com uma imagem bem identificada sob o ponto de vista arquitetónico e da sua atividade, de modo a alcançar um impacto positivo junto do público e a tornar-se um espaço aberto à cidade e aos cidadãos”, atesta a proposta que foi também apresentada pelo arquiteto João Mendes Ribeiro na Reunião de Câmara de hoje.
Recorde-se que a 18 de junho de 2020, a Câmara Municipal de Coimbra celebrou com a Direção Geral do Património Cultural o contrato de depósito da coleção Ex-BPN, por 25 anos, com o objetivo de se vir a constituir nesta cidade um Centro de Arte Contemporânea. Este ato administrativo viabilizou a vinda de uma coleção constituída por 193 obras de autores modernos e contemporâneos, portugueses e estrangeiros, na sua maioria com forte expressão nacional e internacional.
Por sua vez, a 4 de julho de 2020 foi inaugurado um espaço provisório para acolhimento dessa coleção, no edifício do antigo Banco Pinto & Souto Mayor, sito no Pátio de Almedina, inaugurando-se também o início da sua atividade como Centro de Arte Contemporânea de Coimbra. De acordo com o referido contrato, o Município assumiu o compromisso de vir a constituir um Centro de Arte Contemporânea a partir desta coleção e de outras coleções municipais, no edifício da Antiga Sucursal da Manutenção Militar, sito entre a Rua da Manutenção e a Rua Nicolau Rui Fernandes.
Terminado o Programa Preliminar para a instalação do novo CACC no edifício da Manutenção Militar “conclui-se que a área máxima possível para dedicar a exposições seria de 700m2, a área máxima possível para dedicar a reservas seria de 400m2, construídas em cave, e os serviços complementares, administração e cafetaria disporiam de 500m2”, alerta a proposta.
“O confronto com estas limitações e a ambição de vir a constituir um novo Centro de Arte Contemporânea com expressão internacional, lançaram o desafio de propor espaços alternativos com capacidade para dar resposta a programas regulares de projetos expositivos, nas suas mais variadas formas, programas de debate e reflexão sobre a criação artística na atualidade, programas educativos, oficinas, visitas, ciclos de cinema, pequenos concertos, cursos e outros projetos especiais, capazes de cativar, envolver e fidelizar públicos, constituindo-se como um novo polo de criação artística e de atração turística”, refere o arquiteto João Mendes Ribeiro na proposta apresentada.
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