Coimbra
Câmara e Diocese de Coimbra formalizam protocolo para valorizar património
A Câmara Municipal de Coimbra e a Diocese de Coimbra formalizaram hoje um protocolo que prevê a valorização de património que está na posse administrativa da Igreja Católica, colocando-o à disposição das pessoas, sejam elas crentes ou não.
“Este protocolo tem como finalidade ajudarmo-nos todos uns aos outros, numa verdadeira atitude de cooperação entre instituições, valorizando o património edificado, mas também todo o tipo de património existente e que está na posse administrativa da Igreja Católica”, destacou o bispo da Diocese de Coimbra, Virgílio Antunes.
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A Câmara Municipal de Coimbra assinou, ao final da manhã de hoje, um protocolo de colaboração com a Diocese de Coimbra para cedência de espaços do Convento São Francisco pelo período de dez anos, podendo ser renovado automaticamente no final do prazo, por períodos de um ano.
Durante a assinatura, que decorreu no salão nobre dos Paços do Município, o bispo de Coimbra explicou que este protocolo cria condições para que muitas mais pessoas, sejam elas católicas ou não, possam “usufruir do património que a história legou”.
Para Virgílio Antunes, Coimbra tem uma marca histórica que é necessário que “todos conheçam melhor”, já que se vai cruzando com pessoas que nunca entraram no Museu Machado de Castro ou visitaram os espaços da Universidade de Coimbra, entre outros.
“E todos significa as nossas populações e o nosso país também, até porque de fora do país, às vezes, a nossa cidade e o seu património, o seu valor, é melhor conhecido do que propriamente cá dentro”, sustentou.
Ao longo da sua intervenção, Virgílio Antunes salientou ainda que o protocolo foi firmado entre duas entidades de cariz diferente, “sem pruridos com o regime de separação”.
“Gostaríamos que o regime da separação continuasse a ser efetivo, no respeito e na cooperação mútua, mas que não fossemos um país marcado pelo dito laicismo. A laicidade, sim, faz parte integrante da nossa condição, porque as sociedades se organizam assim”, referiu.
Nesta ocasião, o presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva, evidenciou que separação não significa afastamento, indicando que se trata de uma cooperação “sem reservas e sem complexos”.
“Este protocolo que agora assinamos, que representa o renovar de um protocolo que já existia, justíssimo, de cooperação, e que nos satisfaz também registar, abre novos caminhos de cooperação e isso também é importante. É um dia feliz para a Câmara e para a Diocese, ou seja, para o Município de Coimbra”, concluiu.
No protocolo hoje assinado, e que sucede a outro caducado em 2022, a Câmara Municipal de Coimbra compromete-se a assegurar à Diocese a utilização gratuita da Sala D. Afonso Henriques e do Grande Auditório, até seis dias e até dois dias por ano, respetivamente, assim como apoiar técnica e financeiramente a Diocese na realização de obras de conservação das igrejas do concelho.
Por sua vez, a Diocese compromete-se a patrocinar e a viabilizar a realização de protocolos, entre o Município e a Fábrica da Igreja Paroquial da Freguesia de São Cristóvão da Sé Velha – Coimbra e a Fábrica da Igreja Paroquial da Freguesia de Santa Cruz – Coimbra, para a utilização dos espaços da Sé Velha e do Mosteiro de Santa Cruz, para eventos culturais.
O protocolo prevê, ainda, que a Diocese de Coimbra patrocine e viabilize a realização de protocolos, entre o Município e as paróquias e as entidades canónicas detentoras de órgãos de tubos em funcionamento na cidade, por si tuteladas, que regulem e possibilitem a realização de concertos, a incluir nos circuitos turísticos promovidos pelo Município de Coimbra ou por entidade sua parceira.
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