Coimbra

Câmara da Figueira da Foz vai analisar abate de árvores em Buarcos

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 14-08-2018

 

  A Câmara da Figueira da Foz vai analisar a decisão de abater árvores em Buarcos, mas não adianta, para já, se o corte agendado para quinta-feira avança como previsto, disse à Lusa o vice-presidente, Carlos Monteiro.

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“Vamos analisar a situação hoje ao fim do dia. Para já não há decisão sobre se o corte [na quinta-feira] avança ou não”, disse o autarca socialista, aludindo ao abate previsto de 16 árvores com dezenas de anos junto ao mercado municipal de Buarcos, no âmbito de uma obra urbana em curso que está a gerar indignação na cidade.

O autarca assumiu que a decisão de abater as árvores em causa deriva do projeto de requalificação da frente marítima de Buarcos, aprovado para o local, mas frisou que a autarquia quer “olhar outra vez para a situação”.

Carlos Monteiro notou, no entanto, que “vai haver um acréscimo de árvores” noutros locais da área de intervenção da empreitada, que cifrou em 123 novas espécies.

“Estamos a cumprir o projeto e só serão cortadas as que sejam estritamente necessárias para a execução do projeto. Mas dificilmente essas árvores [as 16 em causa] se irão manter, vão ter de ser substituídas por outras”, argumentou.

Por outro lado, o vice-presidente da autarquia, que detém os pelouros do Ambiente e das Obras Municipais, admitiu ter assumido ao PSD que não haveria corte de árvores em Buarcos, mas argumentou que estava a referir-se ao jardim Fernando Traqueia – fronteiro à zona em questão e que também será intervencionado – e não à zona do mercado municipal e pediu desculpa pela informação “errada”.

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“Não menti, mas não tinha presente essa zona, não foi intencional. Dei uma informação errada, peço desculpa, porque não queria induzir ninguém em erro”, esclareceu Carlos Monteiro.

O PSD da Figueira da Foz acusou hoje a autarquia socialista de “autoritarismo” nas obras de requalificação urbana em curso e alega que o executivo municipal garantiu que não haveria abate de árvores em Buarcos.

“Em abril, aquando da poda das árvores, foi-nos garantido pelo senhor vice-presidente [Carlos Monteiro] que não haveria abate de árvores na zona envolvente ao jardim Fernando Traqueia, em Buarcos. Ou mentiu ou desconhece o projeto, mas é revelador do autoritarismo com que a Câmara Municipal trata o espaço público”, disse à agência Lusa Ricardo Silva, vereador da autarquia e presidente da concelhia do PSD.

Já o movimento de cidadãos Parque Verde, que no passado interveio em defesa de espaços ambientais da Figueira da Foz, agendou para quinta-feira, às 08:00, um protesto junto ao mercado municipal de Buarcos “contra o abate de árvores”, que está a ser divulgado na rede social Facebook.

Em declarações à Lusa, o advogado Luís Pena, ativista do movimento de cidadãos, defendeu a paragem da obra e a compatibilização das árvores existentes no local com o projeto de requalificação.

“A pressa é inimiga da razão. Esta obra deve ser parada, disse Luís Pena.

O ativista avisou que os cidadãos não vão permitir o abate das árvores e admite acorrentar-se a uma árvore, se necessário: “Vou cá estar quinta-feira e se for preciso acorrentar-me a uma árvore, acorrento-me, não tenho qualquer receio, é preciso que outros tenham essa coragem”, enfatizou.

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