Cidade
“Câmara boicota abertura de IKEA Coimbra”
No dia em que o IKEA abre no Algarve e que Jaime Ramos, candidato PSD/CDS/PPM/MTP à presidência da Câmara Municipal de Coimbra, culpou Manuel Machado líder da autarquia local, “de boicotar e obstaculizar a abertura da loja”, Notícias de Coimbra contactou a multinacional sueca.
NDC perguntou ao IKEA: Pretendemos que nos confirmem ou desmintam se o IKEA vai abrir em Coimbra.Em caso afirmativo, qual a localização e data de abertura? Caso tenham desistido de estar presentes em Coimbra, quais são as razões?
O IKEA respondeu: Relativamente às questões que coloca, o que lhe podemos adiantar é que a prioridade nos últimos tempos da equipa de expansão da IKEA tem sido a loja IKEA Loulé, que abriu hoje ao público.
Prossegue o IKEA: Assim, neste momento, queremos consolidar as operações existentes, seguir com o investimento no e-commerce e continuar a estudar novas formas de chegarmos a mais portugueses, mantendo a intenção de ter 10 pontos de contato em território nacional até 2025, num investimento superior a 1.100 milhões de euros.
Num registo que já vai sendo habitual, o IKEA opta assim por não dar informações concretas sobre a loja de Coimbra, que, como é óbvio, se abrir, nunca será em 2018, o ano inicialmente previsto para a abertura junto ao Forum Coimbra.
Hoje, em conferência de imprensa no chamado Planalto de Santa Clara, no local “onde esteve previsto instalar o IKEA”, Jaime Ramos afirmou “que a Câmara Municipal de Coimbra de boicotar e obstaculizar a abertura a realização desta loja”
Ao boicotar esta construção, sem razão conhecida, mostra mais uma vez uma atitude autista que afasta empresas deste concelho. Esta atual maioria na câmara não só impede o concelho de beneficiar deste investimento da IKEA mas recusa a criação de centenas de empregos com a possibilidade de ainda ter de vir a responder pelo actos praticados, acusa Jaime Ramos.
Prossegue Jaime Ramos: Coimbra quer-se jovem e sexy e é tempo de recuperar o tempo perdido e assegurar para Coimbra investimentos como este. Criam valor, fixam populações e asseguram emprego. Ao mesmo tempo, como factor de coesão social, deve ser apoiado o comércio tradicional e promovidas as suas zonas históricas.
O Actual Presidente de Câmara acha que plantar 2 mil árvores é um feito e tanto para quem geriu muitos milhões em 4 anos. A IKEA só em 2013 plantou, a custo zero para o erário público, 32 mil árvores na região centro. É desta forma de pensar pequena que precisamos de nos ver livres, temos de pensar em grande, com outros e novos parceiros que acrescentem valor e que mudem as dinâmicas de uma cidade e neste caso de uma região, “dispara” Jaime Ramos.
Coimbra precisa de estabelecimentos deste género, de negócios âncora, como este do IKEA. Se as pessoas vierem a Coimbra, compram na loja, mas também no comércio tradicional, que acaba por ganhar com o investimento, conclui o candidato do PSD/CDS/PPM/MPT.
Veja todas as afirmações de Jaime Ramos, Paulo Leitão e José Simão:
Em 2015, Notícias de Coimbra contactou a multinacional sueca para saber em que estado se encontrava o processo referente ao espaço que anunciaram para Coimbra.
O diretor de expansão da IKEA Portugal, António Machado, limitou-se a afirmar que “Neste momento a IKEA está a redesenhar o seu plano de crescimento para Portugal para os próximos anos e o foco em 2016 será a abertura da IKEA em Braga, no Shopping Nova Arcada, e da IKEA em Loulé. Quando for oportuno, a IKEA voltará a dar novidades sobre um eventual projeto da IKEA para Coimbra”. Já passaram 3 anos!
Questionado por NDC em relação à data de abertura da loja, os terrenos necessários para instalação do complexo do IKEA e AS negociações com a Câmara Municipal de Coimbra, IKEA limitou-se a responder que “Neste momento não há novidades sobre o tema”.
Lembramos que a Câmara Municipal de Coimbra aprovou, por unanimidade, em 2012, o pedido de informação prévia da para a instalação da loja IKEA em Santa Clara. Depois de alguma polémica relacionada com a implantação do projecto numa área onde predominavam sobreiros, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro emitiu (em 2014) a declaração de impacte ambiental.
O actual presidente da Câmara de Coimbra, Manuel Machado, disse em Novembro de 2013, pouco tempo depois de ter tomado posse, que o município está “empenhado em acolher bem empreendimentos geradores de emprego e de riqueza”, mas também quer que “sejam integrados com qualidade no tecido urbano”, posição que, que segundo fontes do NDC, não tem permitido a finalização do acordo de contrapartidas entre a Câmara Municipal de Coimbra e a IKEA. 3 anos depois está tudo na mesma?!
O presidente da junta da União de Freguesias de Santa Clara e de Castelo Viegas (em cuja área seria implantada a loja), José Simão, tem defendido uma ligação da zona onde seria construído o estabelecimento ( junto ao Forum Coimbra), direta ao IC2, para não sobrecarregar de trânsito a rotunda do Almegue, nó de ligação do IC2 e da variante de Taveiro ao centro da cidade.
Projetada para se desenvolver em dois pisos acima do nível do solo e com cerca de 500 lugares para estacionamento automóvel, a loja IKEA ocuparia uma área da ordem dos 81 mil metros quadrados, cerca de 24 mil metros quadrados dos quais seriam área de construção, deveria criar 230 postos de trabalho diretos e cerca de uma centena de empregos indiretos e teria abertura prevista para 2018.
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