Coimbra

Cabo Verde defende “agenda conjunta” para discriminação positiva de pequenos estados insulares

Notícias de Coimbra | 2 anos atrás em 24-06-2022

Cabo Verde defendeu hoje uma “ampla agenda conjunta” para uma discriminação positiva dos pequenos estados insulares em desenvolvimento (SIDS, na sigla em inglês) para compensar o facto de serem os menos poluidores, mas os que mais sofrem as consequências.

O pedido consta numa nota do Governo cabo-verdiano, sobre a participação do país na Conferência dos Oceanos das Nações Unidas em Lisboa, a partir de 27 de junho, numa delegação que será liderada pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.

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O executivo detalha a agenda em Portugal, indicando que o primeiro-ministro vai participar na terça-feira num evento paralelo de alto nível sobre a “Ação Oceânica em Apoio ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 14 – A Perspetiva AIS [Atlântico, Oceano Índico e Mar da China Meridional]-SIDS”.

Durante o evento, o ministro do Mar cabo-verdiano, Abraão Vicente, vai fazer uma intervenção sobre os progressos no país, bem como as soluções, compromissos e desafios de Cabo Verde para atingir essa meta dos ODS.

“Por outro lado, a delegação cabo-verdiana procurará identificar oportunidades para cooperar ainda mais para enfrentar os desafios comuns da ação oceânica por meio da cooperação regional”, entre os SIDS, e “aumentar a participação do AIS-SIDS nas redes e agendas” a nível global, juntamente com os SIDS do Caribe e do Pacífico”, refere a nota.

“O tema surge como mote para uma aposta numa ampla agenda conjunta, para se conseguir uma discriminação positiva relativamente aos SIDS, com forma de compensar o facto de serem menos poluidores” e, “paradoxalmente, os que mais sofrem com os efeitos da poluição”, completou o Governo de Cabo Verde.

Portugal organiza, em conjunto com o Quénia, a segunda Conferência dos Oceanos da ONU, em Lisboa, de 27 de junho a 01 de julho, depois de uma primeira edição em Nova Iorque em 2017.

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Adiada desde 2020, a conferência sobre os Oceanos tem como tema geral “Reforçar a ação oceânica, com base na ciência e na inovação, para a implementação do ODS 14, – Conservar e Utilizar de forma sustentável os Oceanos, os Mares e os Recursos Marinhos para o Desenvolvimento Sustentável”.

O chefe do Governo cabo-verdiano vai fazer uma intervenção na abertura e vai participar em vários outros eventos paralelos e à margem da cimeira, entre eles encontros com os seus homólogos da Noruega e da Islândia, bem como com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.

Ulisses Correia e Silva disse anteriormente à Lusa que Cabo Verde leva duas prioridades à conferência de Lisboa, nomeadamente “uma total convergência quanto ao apelo das Nações Unidas à ação com ambição e forte comprometimento das lideranças mundiais para salvar os oceanos e proteger o futuro”.

Correia e Silva vai ainda visitar a Universidade de Coimbra, onde ministrará uma palestra sobre a gestão da crise da pandemia de covid-19 e da crise inflacionista derivada da guerra na Ucrânia.

Outro dos pontos da agenda do chefe do executivo cabo-verdiano em Portugal será um encontro com o primeiro-ministro, António Costa, e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Ainda em Lisboa, o governante vai à embaixada de Cabo Verde em Portugal lançar os novos serviços digitais do Portal Consular de Cabo Verde.

A conferência de Lisboa deverá ser o maior evento da ONU alguma vez organizado sobre a temática dos oceanos, com mais de 8.000 entidades acreditadas e representações ao nível de chefes de Estado e de governo de todos os continentes.

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