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Cabeleireiros pedem reabertura na 1.ª fase e alertam para aumento da clandestinidade  

Notícias de Coimbra com Lusa | 4 anos atrás em 11-03-2021

Cerca de duas dezenas de cabeleireiros manifestaram-se hoje frente à Assembleia da República para pedir a reabertura dos salões na primeira fase de desconfinamento e alertaram para o aumento da clandestinidade no setor.

“Viemos pedir a reabertura o mais rapidamente possível, que seja já neste primeiro desconfinamento. No primeiro [confinamento] fomos os primeiros a abrir e demos o exemplo, não houve nenhum surto a nível nacional”, disse Bruno Oliveira, profissional do setor e responsável pela organização do protesto, à Lusa.

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Bruno Oliveira afirmou que se os cabeleireiros não forem autorizados a reabrir brevemente, o número de empresas a fechar portas definitivamente vai ser superior aos 20% registados durante o primeiro confinamento, no ano passado.

“Por conhecimento próprio, muita gente vai fechar já e vai começar a trabalhar na clandestinidade, sem descontar”, alertou, acrescentando que a maior parte dos salões de cabeleireiro e estética são microempresas com uma ou duas pessoas, que “precisam de comer”.

Segundo Bruno Oliveira, os apoios do Estado têm chegado “a conta gotas” e não são suficientes para fazer face às despesas, por isso há profissionais que têm continuado a trabalhar, fazendo serviço ao domicílio.

“A própria ministra da Saúde, a comunicação social havia de questioná-la, onde é que ela fez aquelas madeixas tão bonitas, acobreadas, só se ela tem formação na área. Só pode ter feito em casa e os próprios ministros têm o cabelo cortado, os jogadores da bola têm cortes que são profissionais que os fazem. […] O nosso Presidente da República foi tomar posse com o cabelo cortadinho, eles não cortam muito para não parecer mal, mas nós somos profissionais, sabemos”, apontou.

Os manifestantes instalaram várias cadeiras que levaram dos seus salões para a frente da Assembleia da República, que, segundo a organização, simbolizam a ausência de clientes. “Não há ninguém que se sente nelas pelo menos há 60 dias”, lamentou Bruno Oliveira.

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Valéria Sales, dona de dois salões de beleza fechados, disse que tem sobrevivido os últimos meses com os apoios disponibilizados e recorrendo às suas poupanças.

“Pedimos que voltemos a trabalhar, necessitamos de trabalhar, muitas colegas estão com depressão, muitas colegas estão desesperadas e isso é um ato muito cruel, porque a fome mata também”, disse a cabeleireira.

Aquela profissional frisou que os cabeleireiros cumpriram as regras de higiene e segurança impostas para a reabertura depois do confinamento do ano passado e disse não conseguir “julgar” quem tem recorrido à clandestinidade para procurar “algum sustento”.

“Acima de tudo eu peço que Deus toque no coração do senhor ministro, do senhor Presidente, que precisamos de trabalhar”, sublinhou.

O Conselho de Ministros reúne-se hoje para aprovar um plano do Governo de desconfinamento do país, o qual será gradual, diferenciado em termos de abertura de atividades e flexível em função de indicadores de risco.

Este plano deverá apresentado pelo primeiro-ministro, António Costa, em conferência de imprensa, no final da reunião do Governo, após a Assembleia da Republicar votar a meio da tarde a proposta de decreto presidencial para a renovação do estado de emergência a partir de 17 de março.

Na quarta-feira, o ministro de Estado e da Economia, Pedro Siza Vieira, no final de uma reunião da Concertação Social, admitiu que algumas áreas abram antes da Páscoa, embora adiantando que o seu executivo ainda não sabe quais, porque “quer decidir de forma segura e informada, com base nas auscultações que tem feito”.

A SIC anunciuou hoje que barbeiros e cabeleireiros podem abrir na próxima semana.

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