Economia

Burocracia é “a maior dificuldade” do turismo rural em Portugal

Notícias de Coimbra | 11 anos atrás em 09-01-2014

O presidente da Associação Portuguesa de Turismo em Espaços Rurais e Naturais (APTERN) disse hoje, em Coimbra, que o excesso de burocracia é a principal dificuldade do setor em Portugal, mas que este deverá continuar a crescer.

“A maior dificuldade do setor é a burocracia que há a mais no nosso país”, afirmou à agência Lusa Jorge Santos, à margem da sessão de tomada de posse dos dirigentes da APTERN para os próximos dois anos, que decorre na tarde de hoje, nas instalações da Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC), onde a associação está sediada.

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A burocracia é um problema em si, mas é também uma das causas da lentidão com que “as decisões são tomadas no nosso país, mesmo em relação às questões mais simples”, sublinhou, apontando esse ritmo como outra das dificuldades de quem já opera ou quer investir no ecoturismo.

Além disso, “faltam apoios financeiros” e, por outro lado, a formação de profissionais, na maior parte das áreas, ignora a realidade e o mercado, acrescentou Jorge Santos, defendendo a necessidade de as escolas “adaptarem os currículos às necessidades do setor e aos mercados”.

Faltam profissionais capazes de responder às exigências específicas de cada área, adverte Jorge Santos, que também é professor na Escola Tecnológica e Profissional da Sertã.

O turismo em espaços rurais e naturais vai, no entanto, “continuar a crescer em Portugal”, acredita o presidente da APTERN, salientando que se regista uma tendência para o setor se afirmar como alternativa, designadamente para os turistas alemães, holandeses e ingleses, que já são os estrangeiros que mais frequentam as unidades portuguesas.

São também oriundos daqueles países os estrangeiros que mais têm investido em Portugal na criação de unidades de turismo em espaços rurais e naturais, referiu o presidente da APTERN.

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Mas “é necessário proteger e dinamizar o património rural e natural”, desde a biodiversidade à cultura ou tradições populares, alerta Jorge Santos, sustentando que o turismo em espaços rurais e naturais é um meio de defender esse património e um importante contributo para combater a desertificação e ajudar a fixar pessoas, designadamente em regiões do país que sofrem de acentuado despovoamento.

Jorge Santos, que preside à APTERN desde 2006, propõe-se, no mandato que agora inicia, “cimentar a Associação com uma entidade forte, que desenvolva a componente do turismo na natureza, apostando fortemente em promover este tipo de turismo, complementando com aspetos relacionados com a conservação da natureza e biodiversidade, e o ecoturismo”.

A APTERN, que foi fundada, em 2004, por alunos e ex-alunos do curso de ecoturismo/eco-agroturismo da Escola Superior Agrária de Coimbra, “pretende promover o ecoturismo, como vertente de forte potencial de desenvolvimento em Portugal”.

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